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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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540 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Antes <strong>de</strong> refutar suas noções absurdas, ele observa mui<br />

criteriosamente que Deus é gran<strong>de</strong>, e <strong>de</strong>ve ser gran<strong>de</strong>mente louvado<br />

– insinuando que sua glória, como a glória do Infinito, exce<strong>de</strong><br />

infinitamente a qualquer glória que eles sonhem atribuir a seus ídolos.<br />

Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> notar a confiança com que o salmista<br />

enaltece a glória do verda<strong>de</strong>iro Deus em oposição à opinião universal<br />

nutrida pelos homens em geral. O povo <strong>de</strong> Deus daquele tempo<br />

foi convocado a sustentar um conflito <strong>de</strong> proporção consi<strong>de</strong>rável e<br />

inusitada com as hostes e massas prodigiosas <strong>de</strong> superstições que<br />

então saturavam o mundo inteiro. Po<strong>de</strong>r-se-ia dizer que o verda<strong>de</strong>iro<br />

Deus estava confinado <strong>de</strong>ntro das fronteiras tacanhas e obscuras<br />

da Judéia. Júpiter era o <strong>de</strong>us aceito por toda parte e adorado em<br />

todos os rincões da Ásia, Europa e África. Cada país tinha seus próprios<br />

<strong>de</strong>uses peculiares a ele, porém estes não eram <strong>de</strong>sconhecidos<br />

em outras partes; e somente o verda<strong>de</strong>iro Deus era usurpado daquele<br />

glória que lhe é inerente. Todo o mundo havia conspirado a<br />

dar crédito à mentira. Todavia o salmista, consciente <strong>de</strong> que as vãs<br />

ilusões dos homens em nada <strong>de</strong>rrogariam da glória do Deus único, 8<br />

ele <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nha com indiferença da opinião e sufrágio universal da humanida<strong>de</strong>.<br />

A inferência é clara, ou, seja: não <strong>de</strong>vemos concluir ser<br />

indispensável que a verda<strong>de</strong>ira religião conte com a aprovação das<br />

multidões; pois o juízo formado pelo salmista teria caído por terra<br />

imediatamente, se a religião fosse algo a ser <strong>de</strong>terminado pelos<br />

sufrágios dos homens, e seu culto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>sse <strong>de</strong> seus caprichos.<br />

Sendo, pois, que tantos sempre concordam no erro, insistiremos<br />

em consonância com o Espírito Santo que eles não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>negrir<br />

a glória <strong>de</strong> Deus; pois o homem é inerentemente vaida<strong>de</strong>, e tudo o<br />

que <strong>de</strong>le proce<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser alvo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança. 9 Havendo asseverado<br />

a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> Deus, ele a prova fazendo uso da referência à<br />

8 “Quia eorum vanitas nihil <strong>de</strong>rogat unius Dei gloriæ.” – v.l.<br />

9 “Car tout ainsi qu’ils sont vanite, aussi tout ce qui proce<strong>de</strong> d’eux est vain et plein <strong>de</strong> <strong>de</strong>ception.”<br />

– v.f.

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