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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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320 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

estrita exatidão teria requerido <strong>de</strong>le que dissesse numa só sentença<br />

conectada: Faz-lhe como aos midianitas no ribeiro Quisom. Ele, porém,<br />

insere no meio da sentença o massacre <strong>de</strong> Jabin e Sísera. Entretanto,<br />

não era <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância fazer particular distinção entre as duas<br />

histórias. Ele consi<strong>de</strong>rava como sendo nada a seu propósito trazer<br />

à memória, sua e <strong>de</strong> outros ju<strong>de</strong>us piedosos, os milagres que Deus,<br />

nos dias da antigüida<strong>de</strong>, amiú<strong>de</strong> operara em livramento <strong>de</strong> seu povo.<br />

O gran<strong>de</strong> objetivo almejado era mostrar que Deus, que tão amiú<strong>de</strong><br />

pusera seus inimigos em fuga, bem como resgatara suas pobres e trementes<br />

ovelhas das guelras dos lobos, não estava agora sem o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> efetuar o mesmo livramento. É uma maneira bastante notória e po<strong>de</strong>rosa<br />

a que ele usara para socorrer seu povo pela mão <strong>de</strong> Gi<strong>de</strong>ão [Jz<br />

6 e 7]. Po<strong>de</strong>ria ter parecido totalmente ridículo a Gi<strong>de</strong>ão aventurar-se<br />

a guerrear contra um exército tão po<strong>de</strong>roso, com um número <strong>de</strong> guerreiros<br />

não superior a trezentos, e esses, observe-se, se achavam em<br />

um estado <strong>de</strong> servidão durante toda sua vida, e sobre quem o mero<br />

olhar <strong>de</strong> seus senhores po<strong>de</strong>ria ter-lhes provocado consternação. No<br />

entanto suce<strong>de</strong>u que os midianitas pereceram, volvendo suas espadas<br />

uns contra os outros. A mesma bonda<strong>de</strong> divina foi exibida na matança<br />

<strong>de</strong> Sísera e do rei Jabin [Jz 4.13]. Baraque, sob o comando <strong>de</strong> uma mulher,<br />

Débora, os <strong>de</strong>sbaratou a ambos quando, com um pequeno bando<br />

<strong>de</strong> soldados, intrepidamente empreen<strong>de</strong>u batalha contra sua po<strong>de</strong>rosa<br />

hoste. E Sísera, o general do exército, não morreu como bravo no<br />

campo <strong>de</strong> batalha, mas foi ferido pela mão <strong>de</strong> uma mulher <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

haver se retirado a algum escon<strong>de</strong>rijo.<br />

Para que os fiéis não se sintam esmagados pelo terror nem caiam<br />

em <strong>de</strong>sespero, e oportunamente se fortifiquem com tais exemplos <strong>de</strong><br />

livramento, por meio dos quais Deus <strong>de</strong>monstrou que unicamente nele<br />

resi<strong>de</strong> a suficiência <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu povo, sempre que, <strong>de</strong>stituídos<br />

dos recursos do auxílio humano, recorram a ele. À luz <strong>de</strong>sse<br />

assombroso e inusitado modo <strong>de</strong> propiciar livramento, chegaram à<br />

conclusão <strong>de</strong> que ele é o prodigioso operador na preservação <strong>de</strong> sua<br />

Igreja, a fim <strong>de</strong> encorajá-los a nutrirem mais plena confiança <strong>de</strong> que

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