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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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304 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ou <strong>de</strong> outros artifícios, todavia os que suportam normas, em sua<br />

maioria se inclinam para o lado mau. A razão por que o profeta os<br />

censura é que os ímpios acham mais favor em suas mãos do que os<br />

bons e conscienciosos.<br />

3. Determinai a causa dos pobres e dos órfãos. Somos aqui<br />

ensinados em termos breves que um governo justo e bem regulamentado<br />

se distinguirá por manter os direitos dos pobres e aflitos.<br />

Por meio da figura <strong>de</strong> sinédoque, uma parte da administração eqüitativa<br />

é expressa pelo todo; porque não se po<strong>de</strong> pôr em dúvida que<br />

os governantes são obrigados a observar a justiça para com todos<br />

os homens sem distinção. O profeta, porém, com muita proprieda<strong>de</strong>,<br />

os representa <strong>de</strong>signando-os como os <strong>de</strong>fensores do miserável<br />

e oprimido, tanto porque tais pessoas se acham em necessida<strong>de</strong> da<br />

assistência <strong>de</strong> outrem, quanto porque só po<strong>de</strong>m obter isso on<strong>de</strong> os<br />

governantes são isentos da avareza, da ambição e <strong>de</strong> outros vícios.<br />

Portanto, o fim pelo qual os juízes portam a espada é para restringir<br />

os perversos e assim prevenir a violência que prevalece entre<br />

os homens, os quais são mui dispostos a agir como <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>iros<br />

e ultrajantes. Conforme os homens aumentam sua força, tornam-<br />

-se proporcionalmente audaciosos na opressão dos fracos; e daí<br />

suce<strong>de</strong> que os ricos raramente recorrem aos magistrados pedindo<br />

amparo, exceto quando suce<strong>de</strong> <strong>de</strong> fracassarem. À luz <strong>de</strong>ssas observações,<br />

é bem óbvio por que a causa dos pobres e necessitados é<br />

aqui enfaticamente confiada aos governantes; porque os que se expõem<br />

como presa fácil da cruelda<strong>de</strong> e injustiças dos ricos não têm<br />

menos necessida<strong>de</strong> da assistência e proteção dos magistrados do<br />

que os enfermos têm da assistência dos médicos. Estivesse a verda<strong>de</strong><br />

profundamente fixada nas mentes dos reis e <strong>de</strong> outros juízes,<br />

os quais são <strong>de</strong>signados como os guardiães dos pobres, e que uma<br />

parte especial <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>ver está em resistir os erros que se cometem<br />

contra eles, bem como em reprimir toda violência injusta, a perfeita<br />

justiça viria a ser triunfante por todo o mundo. Quem quer que<br />

pense em não se rebaixar para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os pobres, em vez <strong>de</strong> con-

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