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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 101 • 581<br />

como um sentido forçado <strong>de</strong>mais, e além do mais é inconsistente com<br />

o contexto. Como Davi acrescentou na segunda sentença, à guisa <strong>de</strong><br />

explicação, Não conhecerei o mal, indubitavelmente na primeira ele<br />

protesta que viveria isento <strong>de</strong> toda perfídia e perversida<strong>de</strong>. O equivalente<br />

é que ele tudo faria para guardar-se <strong>de</strong> todo malfeito e que nem<br />

mesmo conheceria o que significa prejudicar seus vizinhos.<br />

5. Quem calunia seu vizinho 4 em segredo, eu o <strong>de</strong>struirei. Neste<br />

versículo, ele fala mais distintamente do <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> um rei que se<br />

vê armado com espada, com o propósito <strong>de</strong> refrear os malfeitores. A<br />

<strong>de</strong>tração, a soberba e os vícios <strong>de</strong> todo gênero são justamente ofensivos<br />

a todas as pessoas boas; porém todas as pessoas más não têm<br />

o po<strong>de</strong>r nem o direito <strong>de</strong> eliminar o soberbo ou os <strong>de</strong>tratores, uma<br />

vez que não estão investidas com autorida<strong>de</strong> pública e, conseqüentemente,<br />

têm suas mãos atadas. É muito importante atentar para esta<br />

distinção: que os filhos <strong>de</strong> Deus se mantenham <strong>de</strong>ntro dos limites da<br />

mo<strong>de</strong>ração, e que nenhum <strong>de</strong>les ultrapasse a esfera <strong>de</strong> sua própria vocação.<br />

É certo que, enquanto Davi vivia meramente na categoria <strong>de</strong> um<br />

membro individual da socieda<strong>de</strong>, ele nunca ousou tentar qualquer coisa<br />

<strong>de</strong>sse gênero. Mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser posto no trono real, ele recebeu a<br />

espada das mãos divinas, a qual empregou na punição dos atos maus.<br />

Ele particulariza certos tipos <strong>de</strong> perversida<strong>de</strong>, para que, sob uma só<br />

espécie, por meio da figura <strong>de</strong> sinédoque, ele pu<strong>de</strong>sse notificar sua <strong>de</strong>terminação<br />

<strong>de</strong> castigar todos os tipos <strong>de</strong> perversida<strong>de</strong>. Aviltar secreta<br />

e furtivamente a reputação <strong>de</strong> outrem é uma praga excessivamente<br />

nociva e <strong>de</strong>strutiva. É como se uma pessoa matasse um semelhante<br />

<strong>de</strong> emboscada; ou, melhor, um caluniador que administra veneno a<br />

4 A redação da Caldaica é notável: “Aquele que fala com uma língua tríplice”, “isto é”, diz Bythner,<br />

“um informante, caluniador, <strong>de</strong>trator, que injuria três almas: a sua própria, a <strong>de</strong> seus ouvintes<br />

e a caluniada; ele inflige uma profunda ferida em sua própria consciência, põe uma mentira nos<br />

lábios <strong>de</strong> seu ouvinte e injuria o sujeito <strong>de</strong> sua calúnia. Sobre isso, diz Heródoto: Diabolh, evsti<br />

<strong>de</strong>ino,taton evn th/| du,o me,n eivsin oi` avdike,ontej( ei-j <strong>de</strong> o` avdikeo,menoj. ‘A calúnia é muitíssimo iníqua, na<br />

qual há duas pessoas: a que injuria e a que é injuriada’.” A palavra yn?wlm, meloshni, traduzida<br />

por calúnia, proce<strong>de</strong> do substantivo /w?l, lashon, a língua. No Salmo 140.12, lemos: “Que nenhum<br />

terra.” ish lashon, homem <strong>de</strong> língua (isto é, caluniador) seja estabelecido na ‏,איש לשון

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