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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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678 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

contrário, é apresentada como um magistral exemplo <strong>de</strong>la para ensinar-<br />

-nos que tudo quanto os homens porventura empreendam, os resultados<br />

estão nas mãos <strong>de</strong> Deus; ou, melhor, que por uma influên cia secreta, ele<br />

inclina os corações dos homens naquela direção que lhe apraz, para que,<br />

por sua instrumentalida<strong>de</strong>, quer queiram quer não, ele possa fazer acontecer<br />

o que <strong>de</strong> antemão <strong>de</strong>terminou fazer. De acordo com isso, José disse<br />

a seus irmãos: “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese a vossos<br />

olhos por me haver<strong>de</strong>s vendido para cá; porque, para conservação da<br />

vida, Deus me enviou adiante <strong>de</strong> vós” [Gn 45.5]. Além disso, Deus assim<br />

governa as ativida<strong>de</strong>s humanas por sua secreta e controladora influência,<br />

e sujeita os vícios perversos dos homens a um fim justo, como se seus<br />

juízos fossem, não obstante, não contaminados pela <strong>de</strong>pravação dos homens.<br />

Os irmãos <strong>de</strong> José impiamente conspiraram sua morte; também<br />

injustamente o ven<strong>de</strong>ram; a falha está neles mesmos. Contemple-se agora<br />

como Deus dirige e controla tudo. Pela mão <strong>de</strong>sses irmãos ele provê para<br />

o bem <strong>de</strong>les mesmos e <strong>de</strong> seu pai Jacó; sim, para o bem <strong>de</strong> toda a Igreja.<br />

Esse santo propósito não contrai mácula ou nódoa da malícia dos que<br />

almejavam um fim inteiramente oposto; ainda quando José mais tar<strong>de</strong><br />

testificou: “Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou<br />

para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente<br />

com vida” [Gn 50.1].<br />

18. Eles afligiram seus pés nos grilhões. Não é sem causa que o<br />

salmista prossiga o curso sinuoso da antiga história <strong>de</strong> Jacó, a qual po<strong>de</strong>ria<br />

assim confundir as mentes dos homens ao ponto <strong>de</strong> impedi-los <strong>de</strong><br />

dirigir sua atenção para o conselho <strong>de</strong> Deus. O que parecia menos provável<br />

do que crer que Deus, ao opor assim indireta e tortuosamente uma<br />

vereda, preten<strong>de</strong>sse concretizar o que havia proposto? Sua providência,<br />

porém, transpondo tantos obstáculos, é realçada com mais clareza do<br />

que se ele tivesse <strong>de</strong>senrolado toda a matéria por uma via curta e fácil.<br />

Tivera José, assim que chegou ao Egito, se apresentado ao rei e se feito<br />

governador, o caminho que ele seguiu teria sido fácil. Mas quando ele<br />

foi levado para a prisão e ali separado da socieda<strong>de</strong> humana, vivendo<br />

como um semimorto; e numa época bem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sta, quando ele veio a

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