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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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448 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

nos afetados pela lembrança do que já passou. Com respeito à palavra<br />

vigília, os antigos, como se sabe muito bem, costumavam dividir a<br />

noite em quatro vigílias, consistindo cada uma em três horas. 5 Para<br />

expressar ainda mais energicamente quão insignificante é aos olhos<br />

<strong>de</strong> Deus aquilo que nos parece um período tão longo, adiciona-se esta<br />

similitu<strong>de</strong>: que mil anos a seus olhos nada difere <strong>de</strong> três horas da noite<br />

nas quais os homens mal sabem se estão acordados ou dormindo.<br />

5. Tu os arrastas como um dilúvio. Moisés confirma o que dissera<br />

previamente, a saber: que os homens, enquanto peregrinam por este<br />

mundo, realizam, por assim dizer, um percurso que dura apenas um<br />

momento. Não limito a expressão arrastar como um dilúvio a calamida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> um gênero mais grave, mas consi<strong>de</strong>ro que a morte é meramente<br />

comparada, em geral, a dilúvio; pois quando tivermos permanecido<br />

um curto tempo no mundo, então somos introduzidos no túmulo e<br />

somos cobertos com terra. E assim a morte, que é comum a todos,<br />

é com proprieda<strong>de</strong> chamada uma inundação. Enquanto respiramos o<br />

fôlego <strong>de</strong> vida, o Senhor nos inunda com a morte, justamente como<br />

os que perecem num naufrágio são tragados pelo oceano; assim também<br />

a morte po<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadamente ser chamada um dilúvio invisível. E<br />

Moisés então afirma que, evi<strong>de</strong>ntemente, os homens que se gabam <strong>de</strong><br />

ser possuidores <strong>de</strong> invejável vigor em seu curso terreno estão simplesmente<br />

dormindo. A comparação da relva, que é adicionada, equivale<br />

a isto: que os homens se erguem <strong>de</strong> manhã como a relva que cresce,<br />

torna-se ver<strong>de</strong> e passa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um curto tempo, quando vem a ser<br />

cortada e então murcha e seca. É melhor conectar os verbos do sexto<br />

versículo, que estão no singular, com a palavra relva. Mas po<strong>de</strong>m também,<br />

apropriadamente, indicar cada ser humano; e como faz pouca<br />

diferença em relação ao sentido do texto, se fazemos <strong>de</strong> relva ou <strong>de</strong><br />

5 “Na Índia”, diz Sir John Chardin, “as partes da noite se fazem conhecer, ou por meio <strong>de</strong> instrumentos<br />

(musicais), nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, ou pelas rondas dos vigias que, com gritos e pequeno<br />

tambor, passam a notícia que um quarto da noite já passou. Ora, como esses gritos acordavam<br />

os que já tinham dormido todo o quarto <strong>de</strong> noite, para eles parecia um mero instante.” – Harmer’s<br />

Observations, vol. i. p. 333. Se este Salmo foi uma produção <strong>de</strong> Moisés, então é observável que os<br />

vigias noturnos já estavam em uso em seu tempo.

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