31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

70 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

po<strong>de</strong>roso for um homem, mais capaz será ele <strong>de</strong> oprimir seus irmãos<br />

pobres. Davi, pois, menciona particularmente que o rei será o <strong>de</strong>fensor<br />

daqueles que só po<strong>de</strong>rão estar a salvo sob a proteção do magistrado,<br />

e <strong>de</strong>clara que será seu vingador quando forem vítimas <strong>de</strong> injustiça e<br />

erro. A frase os filhos dos aflitos substitui os aflitos, uma expressão idiomática<br />

muitíssimo comum entre os hebreus, e uma forma semelhante<br />

<strong>de</strong> expressão é às vezes usada pelos gregos, como quando dizem ui`ouj<br />

ivatrwn, os filhos dos médicos, em lugar <strong>de</strong> os médicos. 12 Mas, como o rei<br />

não po<strong>de</strong> cumprir o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> socorrer e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os pobres, o qual<br />

Davi lhe impôs, a menos que coíba os perversos pela autorida<strong>de</strong> e<br />

pelo po<strong>de</strong>r da espada, acrescenta-se com razão, no final do versículo,<br />

que quando a justiça reina, os opressores ou extorsores serão feitos em<br />

pedaços. Seria estultícia esperar que entrem em acordo. Têm <strong>de</strong> ser<br />

reprimidos pela espada, para que sua audácia e perversida<strong>de</strong> sejam<br />

impedidas <strong>de</strong> avançar em maior extensão. Portanto, um dos requisitos<br />

<strong>de</strong> um rei é que ele seja sábio e esteja resolutamente preparado a refrear<br />

com eficiência os violentos e injuriosos, a fim <strong>de</strong> que os direitos dos<br />

humil<strong>de</strong>s e or<strong>de</strong>iros sejam preservados incólumes. Portanto, ninguém<br />

estará pronto para governar um povo senão quando tiver aprendido<br />

a ser rigoroso se o caso o <strong>de</strong>mandar. A licenciosida<strong>de</strong> inevitavelmente<br />

prevaleceria sob um soberano efeminado e inativo, ou mesmo sob<br />

alguém <strong>de</strong> disposição por <strong>de</strong>mais gentil e con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte. Há muita<br />

verda<strong>de</strong> no antigo dito, <strong>de</strong> que é pior viver sob um príncipe para cuja<br />

clemência tudo é lícito, do que sob um tirano para o qual não há absolutamente<br />

liberda<strong>de</strong> alguma.<br />

5. Eles te temerão com o sol. Se isso po<strong>de</strong> ser lido como uma<br />

apóstrofe, ou mudança <strong>de</strong> pessoa, então po<strong>de</strong> com proprieda<strong>de</strong> e sem<br />

violência ser entendido como sendo a pessoa do rei, implicando que<br />

os ornamentos ou distinções que primordialmente asseguram a um<br />

soberano a reverência <strong>de</strong> seus súditos é o mesmo que imparcialmente<br />

12 Muitos exemplos <strong>de</strong>sse hebraísmo po<strong>de</strong>ria ser citado. Em Eclesiastes 10.17, “filho <strong>de</strong> nobres”<br />

substitui “uma pessoa nobre”; no Salmo 18.45, filhos <strong>de</strong> estranhos, em lugar <strong>de</strong> estranhos; e,<br />

em muitas passagens, filhos ou filhos dos homens, simplesmente consi<strong>de</strong>rados.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!