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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 77 • 177<br />

surgia em sua lembrança; ele simplesmente lamenta que nenhuma<br />

consolação emanava <strong>de</strong> Deus que lhe propiciasse alívio; e essa é uma<br />

provação muitíssimo difícil <strong>de</strong> suportar. Não surpreen<strong>de</strong> contemplar<br />

os ímpios torturados por pavorosa agonia mental; porque, já que seu<br />

gran<strong>de</strong> objetivo e empenho é afastar-se <strong>de</strong> Deus, então que sofram o<br />

castigo que merecem por conta <strong>de</strong> sua rebelião contra ele. Mas quando<br />

a lembrança <strong>de</strong> Deus, da qual buscamos extrair consolação para<br />

mitigar nossas calamida<strong>de</strong>s, não oferece repouso nem tranqüilida<strong>de</strong> a<br />

nossas mentes, então nos dispomos a crer que ele está se divertindo<br />

a nossas custas. Somos, não obstante, instruídos por esta passagem<br />

que, quanto mais experimentamos irritação, angústia e inquietu<strong>de</strong>,<br />

mais <strong>de</strong>vemos perseverar no exercício <strong>de</strong> invocar a Deus mesmo diante<br />

<strong>de</strong> todos esses impedimentos.<br />

4. Tens conservado insones meus olhos. 3 Este versículo tem com<br />

o anterior o mesmo propósito. O salmista afirma que passava todas<br />

as noites em vigília, porquanto Deus não lhe concedia alívio. As noites,<br />

nos tempos antigos, geralmente eram divididas em várias vigílias;<br />

e, conseqüentemente, ele <strong>de</strong>screve a contínua tristeza que o impedia<br />

<strong>de</strong> dormir, usando o termo metafórico vigílias. Ao <strong>de</strong>clarar um<br />

pouco antes que orou a Deus em voz aldível, e ao afirmar agora que<br />

permanecerá em silêncio, po<strong>de</strong> parecer existir aqui alguma discrepância.<br />

Essa dificulda<strong>de</strong> já foi resolvida em nossa exposição do Salmo<br />

32.3, no qual <strong>de</strong>monstramos que os verda<strong>de</strong>iros crentes, quando se<br />

sentem esmagados pela tristeza, não continuam em estado <strong>de</strong> invariável<br />

<strong>de</strong>sconforto, mas às vezes dão vazão aos suspiros e queixas,<br />

enquanto que, em outras ocasiões, ficam em silêncio como se suas<br />

bocas estivessem amordaçadas. Portanto, não surpreen<strong>de</strong> encontrar<br />

3 Alguns dos comentaristas ju<strong>de</strong>us interpretam esta cláusula assim: “Tu manténs os supercílios<br />

<strong>de</strong> meus olhos.” Os supercílios que protegem os olhos foram mantidos, <strong>de</strong> modo que ele não<br />

podia fechá-los e po<strong>de</strong>r dormir. O sono para uma pessoa em angústia tem o efeito <strong>de</strong> interromper<br />

seu sofrimento por algum tempo e do enfraquecimento refrigerando o corpo. Portanto, em tais<br />

circunstâncias ele é uma gran<strong>de</strong> bênção e, por isso, é avidamente <strong>de</strong>sejado. Mas ter esse sono<br />

negado, e para o sofredor ter <strong>de</strong> enfrentar a insônia e noites intermináveis <strong>de</strong> fadiga é um profundo<br />

agravo <strong>de</strong> seu estresse.

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