31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

358 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

quem não podiam, solidamente fundamentados, tornar culpado, e<br />

alguém que, com tanto esforço, tudo fazia para ser-lhes agradável. 5<br />

Visto, pois, que Deus <strong>de</strong>clarou ser o <strong>de</strong>fensor das boas causas daqueles<br />

que seguem após a justiça, Davi, não sem boa razão, testifica<br />

que tinha se esforçado por exercer bonda<strong>de</strong> e amabilida<strong>de</strong>; à luz<br />

<strong>de</strong>ste fato po<strong>de</strong> parecer que ele fora vilmente retribuído por seus<br />

inimigos, quando gratuitamente agiram cruelmente contra um homem<br />

compassivo. Mas como não seria suficiente que suas vidas<br />

fossem caracterizadas pela bonda<strong>de</strong> e justiça, junta-se uma qualificação<br />

adicional: o <strong>de</strong>scanso ou confiança em Deus, sendo esta a<br />

mãe <strong>de</strong> toda verda<strong>de</strong>ira religião. Estamos cientes <strong>de</strong> que alguns têm<br />

sido dotados com um grau bem elevado <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong>, ao ponto <strong>de</strong><br />

granjearem entre os homens o louvor <strong>de</strong> serem perfeitamente justos,<br />

ainda quando Ariste<strong>de</strong>s se gloriava <strong>de</strong> jamais ter dado a alguém<br />

motivo <strong>de</strong> tristeza. Mas, como esses homens, com todas suas excelências<br />

e virtu<strong>de</strong>s, eram ou dominados pela ambição, ou inflados<br />

pela soberba, que os levam a confiar mais em si do que em Deus,<br />

não surpreen<strong>de</strong> encontrá-los sofrendo o castigo <strong>de</strong> sua vaida<strong>de</strong>. Ao<br />

lermos histórias profanas, nos sentimos perplexos como é possível<br />

que Deus tenha abandonado os honestos, os sérios e os temperados<br />

às paixões tempestivas <strong>de</strong> uma multidão perversa; mas não<br />

há razão para espanto diante disso, quando pon<strong>de</strong>ramos que tais<br />

pessoas, confiando em sua própria força e virtu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sprezaram a<br />

graça <strong>de</strong> Deus com toda a arrogância da impieda<strong>de</strong>. Fazendo <strong>de</strong> sua<br />

própria virtu<strong>de</strong> um ídolo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente se recusaram a erguer<br />

seus olhos para ele. Portanto, embora possamos ter o testemunho<br />

<strong>de</strong> uma consciência aprovadora, e embora ele seja a melhor testemunha<br />

<strong>de</strong> nossa inocência, todavia, se estamos <strong>de</strong>sejosos <strong>de</strong> obter<br />

sua assistência, é necessário que lhe confiemos nossas esperanças<br />

e ansieda<strong>de</strong>s. Se alguém contesta dizendo que nesse caminho o<br />

5 “Veu que luy qui estoit homme innocent, voire qui s’estoit efforcé <strong>de</strong> tout son pouvoir à leur<br />

faire plaisir.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!