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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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478 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> manhã, e sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> noite. Sua bonda<strong>de</strong> é constante<br />

e não peculiar a uma <strong>de</strong>terminada ocasião, por que, pois, <strong>de</strong>votar<br />

apenas uma pequena parte do dia na celebração <strong>de</strong>la? E o mesmo se<br />

po<strong>de</strong> dizer da outra perfeição divina mencionada, pois não é meramente<br />

<strong>de</strong> noite que a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus se revela. Mas isso não é o<br />

que o salmista tem em mente. Sua intenção é dizer que para começar<br />

louvando ao Senhor bem <strong>de</strong> manhã é preciso continuar seus louvores<br />

até altas horas da noite, e que isso não é mais do que sua bonda<strong>de</strong> e<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> merecem. 2 Se começarmos celebrando sua bonda<strong>de</strong>, temos<br />

que, em seguida, prosseguir celebrando sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. Ambas ocuparão<br />

nossos louvores contínuos, pois estão mútua e inseparavelmente<br />

relacionadas. O salmista não <strong>de</strong>ve, pois, ser entendido como a querer<br />

que separemos uma da outra, pois elas estão intimamente associadas;<br />

ele apenas sugere que nunca <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> louvar a Deus, a não<br />

ser que a indolência prevaleça sobre nós; e que se quisermos cumprir<br />

corretamente o ofício da gratidão temos que ser assíduos nele, visto<br />

que sua bonda<strong>de</strong> e sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> são incessantes.<br />

No quarto versículo, ele prontamente se dirige aos levitas, os<br />

quais foram <strong>de</strong>signados ao ofício <strong>de</strong> cantores, e os convoca a empregar<br />

seus instrumentos musicais – não como se fossem em si mesmos<br />

necessários, mas só eram úteis como um auxílio elementar ao povo<br />

<strong>de</strong> Deus nos tempos antigos. 3 Não <strong>de</strong>vemos imaginar que Deus prescreveu<br />

a harpa como se sentisse, como nós, <strong>de</strong>leite na mera melodia<br />

dos sons; porém os ju<strong>de</strong>us, que já estavam sob o peso dos anos, se<br />

restringiam ao uso <strong>de</strong> elementos tão infantis. O propósito <strong>de</strong>les era<br />

estimular os adoradores e incitá-los a mais ativamente exercer a celebração<br />

do louvor divino <strong>de</strong> todo o coração. Devemos lembrar que<br />

o culto divino nunca <strong>de</strong>ver ser tomado como que consistindo em tais<br />

serviços externos, os quais só eram necessários para ajudar um povo<br />

fervoroso, porém ainda fraco e ru<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento, no culto espiri-<br />

2 “Que si nous commençons au matin <strong>de</strong> louer Dieu, il faut continuer ses louanges jusques à la<br />

<strong>de</strong>rniere partie <strong>de</strong> la nuit; pource que as bonte et fi<strong>de</strong>lite meritent cela.” – f.v.<br />

3 “Mais pource que c’estoit un rudiment fort utile au peuple ancien.” – v.f.

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