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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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230 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

42. Não se lembraram <strong>de</strong> sua mão. O escritor sacro continua ainda a<br />

exprobrar os israelitas; pois a simples lembrança dos benefícios <strong>de</strong> Deus<br />

po<strong>de</strong>ria tê-los restringidos, não tivessem eles voluntária e perversamente<br />

esquecido tudo quanto haviam experimentado. Deste ímpio esquecimento<br />

proce<strong>de</strong>m a inconstância e toda rebelião. A mão <strong>de</strong> Deus, como<br />

se sabe muito bem, é através <strong>de</strong> metonímia tomada por seu po<strong>de</strong>r. No<br />

livramento das tribos escolhidas do Egito aqui celebrado, a mão <strong>de</strong> Deus<br />

foi estendida <strong>de</strong> uma maneira nova e notável. E sua impieda<strong>de</strong>, contra a<br />

qual o profeta agora invectiva, se tornara ainda mais <strong>de</strong>testável ante o<br />

fato <strong>de</strong> que reputaram como nada, ou logo esqueceram, aquilo que em<br />

um momento sequer <strong>de</strong>viam ter dissipado <strong>de</strong> sua memória. Além disso,<br />

ele relembra certos exemplos do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, os quais ele primeiro<br />

chama sinais e então, milagres [v. 43], que pela menção dos mesmos podia<br />

novamente repreen<strong>de</strong>r a vergonhosa estupi<strong>de</strong>z do povo. Por meio <strong>de</strong><br />

ambas essas palavras ele expressa a mesma coisa; na segunda sentença<br />

do versículo, porém, a palavra milagres põe ênfase adicional, significando<br />

que, por meio <strong>de</strong> eventos tão estranhos e jamais ouvidos, os egípcios,<br />

naquele tempo, ficaram estremecidos com tal terror que jamais teria se<br />

<strong>de</strong>svanecido das mentes dos israelitas.<br />

44. Quando ele converteu seus rios em sangue. O salmista não<br />

enumera pela or<strong>de</strong>m os milagres pelos quais Deus <strong>de</strong>ra evidência <strong>de</strong> seu<br />

po<strong>de</strong>r no livramento <strong>de</strong> seu povo. Ele consi<strong>de</strong>rava ser suficiente trazer a<br />

sua memória as histórias tão notórias <strong>de</strong>sses eventos, que seria suficiente<br />

para <strong>de</strong>scortinar a perversida<strong>de</strong> e ingratidão com que eram responsabilizados.<br />

Nem nos é necessário <strong>de</strong>longar-nos sobre essas coisas, visto que<br />

a narrativa <strong>de</strong> Moisés fornece um relato mais distinto e mais completo do<br />

que é aqui brevemente afirmado. Gostaria apenas que meus leitores se<br />

lembrassem que, embora Deus com freqüência punisse os pecados dos<br />

pagãos, enviando contra eles saraiva e outras calamida<strong>de</strong>s, porém todas<br />

as pragas que naquele tempo foram infligidas sobre os egípcios eram <strong>de</strong><br />

um caráter extraordinário, <strong>de</strong> tal forma que jamais se ouviu. Portanto,<br />

emprega-se uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> palavras para realçar esses memoráveis<br />

exemplos da vingança divina: enviou contra eles o ardor <strong>de</strong> sua ira, fú-

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