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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 90 • 451<br />

porém, Moisés antes amplifica o que dissera supra concernente ao rigor<br />

da ira <strong>de</strong> Deus e seu estrito exame <strong>de</strong> cada caso no qual ele pune<br />

o pecado. Ele assevera que tal terror que Deus infun<strong>de</strong> em seu povo<br />

não era só por um breve tempo, mas que se estendia sem intermissão<br />

até a morte. E se queixa <strong>de</strong> que os ju<strong>de</strong>us foram quase consumidos<br />

por misérias contínuas; visto que Deus não remitia nem mitigava sua<br />

ira. Não surpreen<strong>de</strong>, pois, encontrá-lo <strong>de</strong>clarando que seus anos passavam<br />

como um conto, quando a ira <strong>de</strong> Deus permanecia sobre eles<br />

sem <strong>de</strong>scanso.<br />

10. Nos dias <strong>de</strong> nossos anos chegamos a setenta anos. Ele uma<br />

vez mais volta à doutrina geral acerca da precarieda<strong>de</strong> da condição<br />

dos homens, ainda que Deus não exiba publicamente sua ira com o<br />

fim <strong>de</strong> terrificá-los. “Qual é”, diz ele, “a duração da vida? Realmente,<br />

se levarmos em conta todos nossos anos, por fim po<strong>de</strong>mos chegar a<br />

setenta anos; ou, se houver alguém que seja mais forte e mais vigoroso,<br />

po<strong>de</strong>rá chegar até mesmo a oitenta anos.” Moisés usa a expressão<br />

os dias <strong>de</strong> nossos anos à guisa <strong>de</strong> ênfase; pois quando o tempo é dividido<br />

em pequenas porções, o próprio número nos engana, <strong>de</strong> modo<br />

que nos iludimos achando que a vida é longa. Com o intuito <strong>de</strong> esmagar<br />

essas vãs ilusões, ele permite que os homens cheguem à soma <strong>de</strong><br />

muitos milhares <strong>de</strong> dias, 9 os quais não passam <strong>de</strong> uns poucos anos;<br />

enquanto que, ao mesmo tempo, ele afirma que esta gran<strong>de</strong> soma logo<br />

se evapora e se transforma em nada. Que os homens, pois, estendam<br />

o espaço <strong>de</strong> sua vida até on<strong>de</strong> quiserem, calculando que cada ano<br />

contém trezentos e sessenta e cinco dias; contudo, com certeza <strong>de</strong>scobrirão<br />

que a duração <strong>de</strong> setenta anos é muito curta. Quando fizerem<br />

um alentado cálculo dos dias, esta é a soma a que o processo por fim<br />

resultará. Aquele que alcançou a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oitenta anos corre célere<br />

para o túmulo. Moisés mesmo viveu mais que isso [Dt 34.7], 10 e da<br />

9 Na versão latina temos “multa annorum millia”; “muitos mil anos”. Mas, evi<strong>de</strong>ntemente, isso<br />

não passa <strong>de</strong> equívoco, o qual a versão francesa corrige, ficando assim: “beaucoup <strong>de</strong> milliers <strong>de</strong><br />

jours”.<br />

10 Ao lermos a passagem indicada por Calvino <strong>de</strong>scobrimos que Moisés “tinha cento e vinte

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