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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 105 • 677<br />

<strong>de</strong> seu pai, que <strong>de</strong>pois da fome foi chamada, e que então, pela providência<br />

<strong>de</strong> Deus, apresentou-se um remédio que estava além <strong>de</strong> toda esperança.<br />

Aliás, isso é geralmente real nas ativida<strong>de</strong>s humanas; porém há aqui<br />

enaltecido um cuidado especial que Deus assumiu ao governar e nutrir<br />

sua Igreja. Além do mais, o profeta menciona isso como em segundo lugar<br />

aquilo que estava em primeiro na or<strong>de</strong>m do tempo. Conseqüentemente,<br />

com respeito à palavra enviar, o tempo mais-que-perfeito expressaria melhor<br />

o sentido, ele enviara; implicando que antes <strong>de</strong> Deus afligir a terra <strong>de</strong><br />

Canaã com fome, ele preparara um remédio para seu servo Jacó e para<br />

sua casa, ao enviar antes José como administrador a fim <strong>de</strong> prover-lhes<br />

alimento. Aqui <strong>de</strong>clara-se dois opostos para tornar a superintendência<br />

divina, em seu todo, ainda mais conspícua. Como José foi o enviado <strong>de</strong><br />

Deus? Foi assim: ao ser con<strong>de</strong>nado à morte, suce<strong>de</strong>u que seus irmãos<br />

preferiram vendê-lo a <strong>de</strong>ixá-lo naquela cisterna. Essa venda, se consi<strong>de</strong>rada<br />

meramente em si, como uma nuvem que se interpõe, obscureceu e<br />

ocultou a providência divina. Quando se tomou conselho para que José<br />

fosse morto, quem teria esperado que ele fosse o sustentáculo da casa <strong>de</strong><br />

seu pai? Depois um tipo <strong>de</strong> morte menos cruel lhe foi arquitetado; mas então<br />

ele foi lançado num poço ou cisterna; e nessa situação, como po<strong>de</strong>ria<br />

ele socorrer outros? A última esperança era que, por fim, sendo vendido,<br />

fosse retirado da cisterna. Mas uma vez mais ele quase apodreceu toda<br />

sua vida numa masmorra.<br />

Quem po<strong>de</strong>ria imaginar que processos tão intrincados e tortuosos<br />

fossem controlados pela divina providência? O profeta, portanto, se <strong>de</strong>svencilha<br />

<strong>de</strong> sua dificulda<strong>de</strong> dizendo que, pelo prisma dos homens, <strong>de</strong> fato<br />

ele foi vendido; mas que, não obstante, ele foi previamente enviado pelo<br />

propósito divino. A passagem é digna <strong>de</strong> nota, admiravelmente vindicando,<br />

como faz, a providência <strong>de</strong> Deus contra a perversa estupi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> nossa<br />

natureza corrupta. Descansando nas causas secundárias que satisfazem à<br />

vista, ou atribuindo à diretriz humana tudo o que acontece neste mundo,<br />

ou imaginando que todas as coisas acontecem por acaso, bem poucos<br />

as vinculam à <strong>de</strong>terminação divina. E no entanto a venda <strong>de</strong> José não<br />

é aqui interposta como um véu a ocultar a providência divina; mas, ao

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