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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 89 • 423<br />

uma vez que a remissão <strong>de</strong> pecados é um artigo essencial prometido<br />

em seu pacto. E <strong>de</strong> fato, como Deus em sua lei requer que pratiquemos<br />

o que exce<strong>de</strong> nosso po<strong>de</strong>r, tudo o que nela ele promete não nos é <strong>de</strong><br />

nenhuma valia, por quem ela nunca po<strong>de</strong> ser praticada. Daí Paulo, em<br />

Romanos 4.14, afirmar: “Se a herança vem pela lei, a fé é invalidada, e a<br />

promessa, <strong>de</strong> nenhum efeito.” A isso pertence também as palavras <strong>de</strong><br />

Jeremias: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, que farei uma nova aliança<br />

com a casa <strong>de</strong> Israel, e com a casa <strong>de</strong> Judá; não segundo a aliança que<br />

fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para tirá-los da<br />

terra do Egito; porque eles invalidaram minha aliança apesar <strong>de</strong> eu os<br />

haver <strong>de</strong>sposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a<br />

casa <strong>de</strong> Israel <strong>de</strong>pois daqueles dias, diz o Senhor: Porei minha lei em<br />

seu interior, e a escreverei em seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles<br />

serão o meu povo” [Jr 31.31-33].<br />

Demais, visto que Deus não nos adota como seus filhos com vistas<br />

a animar-nos a assumir maior liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cometer pecado ainda com<br />

mais ousadia, faz-se aqui menção, ao mesmo tempo, da disciplina pela<br />

qual ele revela que o<strong>de</strong>ia os pecados <strong>de</strong> seus filhos; e, advertindo-os<br />

do que merecem por ofendê-lo, os convida e os exorta ao arrependimento.<br />

Essa disciplina paternal, pois, que opera como medicina, faz o<br />

equilíbrio entre a indulgência in<strong>de</strong>vida, que é um estímulo ao pecado,<br />

e a severida<strong>de</strong> extremada, a qual precipita as pessoas na <strong>de</strong>struição.<br />

Aqui o escritor inspirado chama a atenção para a profecia registrada<br />

em 2 Samuel 7.14, on<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>clara que, ao castigar seu próprio<br />

povo, proce<strong>de</strong>rá segundo o método dos homens – “se vier a transgredir,<br />

castigá-lo-ei com vara <strong>de</strong> homens, e com açoites <strong>de</strong> filhos dos<br />

homens.” Deus ali fala <strong>de</strong> seu castigo infligido a seu povo segundo o<br />

método dos homens, seja porque a ira <strong>de</strong> um pai em corrigir seus filhos<br />

proce<strong>de</strong> do amor – pois percebe que <strong>de</strong> outra forma ele <strong>de</strong>ixaria<br />

<strong>de</strong> promover o bem do filho –, ou que ele contém um contraste entre<br />

Deus e os homens, subenten<strong>de</strong>ndo que na tarefa <strong>de</strong> disciplinar ele<br />

proce<strong>de</strong>rá com mo<strong>de</strong>ração e doçura; pois, caso fosse ele empregar<br />

sua força, imediatamente nos reduziria a nada; sim, ele po<strong>de</strong>ria fazer

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