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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 106 • 705<br />

ousemos dizer que não temos pecado, todavia não existe um entre<br />

nós que não se disponha a buscar uma capa e subterfúgio para seu<br />

pecado.<br />

De uma maneira bem semelhante, Daniel, no nono capítulo <strong>de</strong><br />

suas profecias, reconhece a culpa <strong>de</strong> suas próprias iniqüida<strong>de</strong>s e as<br />

do povo; e é possível que o autor <strong>de</strong>ste Salmo seguisse o mesmo exemplo.<br />

De ambos apren<strong>de</strong>mos que a única forma <strong>de</strong> agradar a Deus é<br />

instituindo um rígido curso <strong>de</strong> auto-exame. Observemos também cuidadosamente<br />

que os santos profetas, os quais nunca se apartaram do<br />

temor e do culto <strong>de</strong> Deus, invariavelmente confessavam sua culpa pessoal,<br />

solidarizando-se com o povo; e isso faziam não com base numa<br />

humilda<strong>de</strong> fingida, mas porque eram cônscios <strong>de</strong> que eles mesmos<br />

eram manchados com infindáveis corrupções, pois quando a iniqüida<strong>de</strong><br />

é ampla, é quase impossível que mesmo o melhor dos homens se<br />

guar<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser infectado por seus mortíferos efeitos. Não se comparando<br />

com os <strong>de</strong>mais, mas assentando-se diante do tribunal <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong><br />

repente percebem a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escape.<br />

Naquele tempo a impieda<strong>de</strong> havia atingido um grau extremo entre<br />

os ju<strong>de</strong>us, não surpreen<strong>de</strong>ndo que mesmo os homens melhores e mais<br />

justos fossem arrebatados pela violência <strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong>. Quão<br />

abominável, pois, é a soberba daqueles que raramente imaginam um<br />

mínimo sequer que sua atitu<strong>de</strong> seja tão ofensiva. Aliás, ainda concebiam,<br />

como ocorre com certos fanáticos da atualida<strong>de</strong>, que já haviam<br />

atingido um estado <strong>de</strong> perfeição impecável! É preciso ter em mente,<br />

contudo, que Daniel, que cuidadosamente se mantinha sob o temor<br />

<strong>de</strong> Deus e em quem o Espírito Santo, pelos lábios do profeta Ezequiel,<br />

<strong>de</strong>clara ser um <strong>de</strong>ntre os homens mais justos, reconhece, não com<br />

lábios fingidos, suas transgressões pessoais e as do povo, quando as<br />

confessou, mergulhado em profundo senso <strong>de</strong> seu caráter grave e terrivelmente<br />

abominável aos olhos <strong>de</strong> Deus. Aliás, é verda<strong>de</strong> que ele não<br />

fora esmagado pela mesma torrente <strong>de</strong> iniqüida<strong>de</strong> como os <strong>de</strong>mais;<br />

porém sabia que havia con traído um volume gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> culpa.<br />

Além disso, o profeta não apresentou seus pais com o propósito <strong>de</strong> mi-

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