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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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348 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

manter a calma. Como ele havia se impacientado sob a influência <strong>de</strong><br />

forte emoção, ao ponto <strong>de</strong> irromper-se com veemência, ele agora se<br />

refreia como se usasse um freio; e em todos nossos <strong>de</strong>sejos, nunca<br />

sendo <strong>de</strong>masiadamente santos, <strong>de</strong>vemos sempre precaver-nos <strong>de</strong> não<br />

incorrer em excesso. Quando o homem se entrega a sua própria <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>,<br />

facilmente vai além dos limites da mo<strong>de</strong>ração, levado por<br />

um ardor in<strong>de</strong>vido. Por essa razão o profeta impõe silêncio, tanto a si<br />

como a outros, para que pacientemente aguar<strong>de</strong>m o tempo oportuno<br />

<strong>de</strong> Deus. Com essas palavras ele mostra que estava num estado mental<br />

<strong>de</strong> equilíbrio e, por assim dizer, continuava em silêncio, porquanto<br />

estava persuadido <strong>de</strong> que Deus exerce seu cuidado sobre sua Igreja.<br />

Tivesse ele concluído que o acaso mantinha a soberania sobre o mundo,<br />

e que a humanida<strong>de</strong> é rodopiada ao léu por um impulso cego, ele<br />

não teria, como faz, representado Deus como a exercer o ofício <strong>de</strong> soberano.<br />

Falar, nesta passagem, é equivalente a or<strong>de</strong>nar ou <strong>de</strong>signar. É<br />

como se ele dissesse: Estando confiante <strong>de</strong> que o remédio para nossas<br />

presentes calamida<strong>de</strong>s está na mão <strong>de</strong> Deus, permanecerei quieto até<br />

que chegue o tempo oportuno do livramento da Igreja. Como, pois,<br />

o <strong>de</strong>sregramento <strong>de</strong> nossas paixões murmura, e se ouve um tumulto<br />

contra Deus, assim a paciência é um tipo <strong>de</strong> silêncio pelo qual os santos<br />

se mantêm em sujeição a sua autorida<strong>de</strong>.<br />

Na segunda sentença do versículo, o salmista chega à conclusão<br />

<strong>de</strong> que a condição da Igreja será mais próspera: Certamente que<br />

ele falará <strong>de</strong> paz a seu povo e a seus humil<strong>de</strong>s. Como Deus governa<br />

supremamente os negócios dos homens, ele não po<strong>de</strong> senão prover<br />

o bem-estar <strong>de</strong> sua Igreja, a qual é o objeto <strong>de</strong> seu especial amor. A<br />

palavra paz, já vimos noutro lugar, é empregada pelos hebreus para<br />

<strong>de</strong>notar prosperida<strong>de</strong>; e, conseqüentemente, o que se expressa aqui<br />

é que a Igreja, pela bênção divina, prosperará. Além do mais, pelo<br />

termo falar, presume-se que Deus não <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> levar em conta<br />

suas promessas. O salmista po<strong>de</strong>ria ter falado mais claramente da<br />

Providência divina, como, por exemplo, nestes termos: “Atentarei<br />

para o que Deus fará”; mas, como os benefícios <strong>de</strong>rramados sobre

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