31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 84 • 329<br />

vista, ao <strong>de</strong>sejar tão ardorosamente <strong>de</strong>sfrutar do livre acesso ao santuário,<br />

era para que pu<strong>de</strong>sse ali cultuar a Deus com sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração e <strong>de</strong><br />

uma maneira espiritual. As palavras iniciais estão na forma exclamativa, o<br />

que é uma indicação <strong>de</strong> ar<strong>de</strong>nte aflição; e esse estado <strong>de</strong> emoção é expresso<br />

ainda mais plenamente no segundo versículo. Do que apren<strong>de</strong>mos que<br />

aqueles são dolorosamente <strong>de</strong>ficitários em compreen<strong>de</strong>r que displicentemente<br />

negligenciam o culto instituído por Deus, é como se fossem capazes<br />

<strong>de</strong> remontar ao céu por seus próprios esforços sem qualquer outro auxílio.<br />

Já observei que no segundo versículo está expresso um ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejo<br />

que longe está <strong>de</strong> ordinário. O primeiro verbo, [sk, casaph, significa<br />

<strong>de</strong>sejar veementemente; porém, não contente com esta palavra, Davi acrescenta<br />

que sua alma <strong>de</strong>sfalece pelos átrios do Senhor, que é equivalente<br />

ao <strong>de</strong>finhamento que experimentamos quando sob a influência <strong>de</strong> extrema<br />

emoção mental, quando nos sentimos transportados para fora <strong>de</strong> nós<br />

mesmos. Ele fala somente dos átrios do tabernáculo em razão <strong>de</strong> não ser<br />

um sacerdote e não po<strong>de</strong>r licitamente ir além do átrio externo. A ninguém,<br />

senão sos sacerdotes, como se sabe sobejamente, se permitia entrar no<br />

santuário interior. Na conclusão do versículo, ele <strong>de</strong>clara que esse anelo<br />

se estendia até mesmo a seu corpo, isto é, se manifestava na expressão<br />

da boca, no langor dos olhos e na ação das mãos. A razão pela qual ele<br />

anelava tão intensamente ter acesso ao tabernáculo era para <strong>de</strong>sfrutar da<br />

comunhão com o Deus vivo; não que concebesse Deus como que encerrado<br />

num espaço tão tacanho como o era a tenda da arca, 7 mas porque estava<br />

convencido da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>graus através dos quais pu<strong>de</strong>sse subir ao<br />

céu, e sabia que o santuário visível servia ao propósito <strong>de</strong> uma escada, porque,<br />

por meio <strong>de</strong>la, a mente dos santos se dirigia e se conduzia ao mo<strong>de</strong>lo<br />

celestial. E com toda certeza, quando levamos em conta que a inércia <strong>de</strong><br />

nossa carne nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevar nossa mente às excelsitu<strong>de</strong>s da majesta<strong>de</strong><br />

divina, <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> Deus nos atrairia a si, se ao mesmo tempo, <strong>de</strong> sua parte,<br />

ele não <strong>de</strong>scesse a nós; ou, pelo menos, pela interposição <strong>de</strong> meios, ele não<br />

nos esten<strong>de</strong>sse sua mão, por assim dizer, a fim <strong>de</strong> elevar-nos até ele.<br />

7 “Comme estort le pavillon <strong>de</strong> l’Arche.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!