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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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530 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

roldão à prática do mesmo. E no entanto, o homem que <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>ce<br />

a Deus assim, se endurece; pois a culpa <strong>de</strong> seu erro não repousa em<br />

ninguém mais, senão nele mesmo.<br />

9. Quando vossos pais me tentaram, me provaram. O salmista<br />

insinua, como já observei, que os ju<strong>de</strong>us, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio, tinham<br />

cultivado um espírito perverso e quase intratável. E houve duas razões<br />

que tornavam muitíssimo proveitoso lembrar os filhos da culpa<br />

lançada sobre seus pais. Sabemos quão aptos são os homens para seguirem<br />

o exemplo <strong>de</strong> seus pre<strong>de</strong>cessores; o costume gera uma sanção;<br />

o que é antigo se torna venerável, e tal é a cega influência do exemplo<br />

doméstico, que tudo quanto foi feito por nossos antepassados é<br />

consi<strong>de</strong>rado uma virtu<strong>de</strong> sem exame. Temos um exemplo disso em<br />

Popedom, da audácia com que a autorida<strong>de</strong> dos pais se põe contra a<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus. Os ju<strong>de</strong>us eram <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais os mais passíveis<br />

<strong>de</strong> serem enganados, tão acostumados estavam <strong>de</strong> gabar-se <strong>de</strong> seus<br />

pais. O salmista, conseqüentemente, os <strong>de</strong>staca dos pais, observando<br />

a monstruosa ingratidão <strong>de</strong> que eram culpados. A segunda razão, e<br />

uma contra a qual já chamei a atenção, consiste em que ele lhes mostra<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem advertidos sobre o presente tema. Não tivessem<br />

seus pais manifestado um espírito rebel<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>riam reportar-se<br />

a eles com a seguinte pergunta: Sobre que base ele os advertia contra<br />

a dureza <strong>de</strong> coração, tendo sua nação até então mantido um caráter <strong>de</strong><br />

docilida<strong>de</strong> e maleabilida<strong>de</strong>? Sendo outro o caso – tendo sido seus pais<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio perversos e refratários, o salmista tinha uma nítida<br />

razão para insistir sobre a correção <strong>de</strong>ste vício particular.<br />

Há duas maneiras <strong>de</strong> interpretar as palavras que seguem. Tentar<br />

a Deus nada mais é que ce<strong>de</strong>r a um anseio mórbido e injustificável <strong>de</strong><br />

testar seu po<strong>de</strong>r. 23 Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar o versículo como conectado<br />

ao todo, e lê-lo assim: Eles me tentaram e me provaram, não obstante<br />

já terem visto minha obra. Deus com muita razão se queixa <strong>de</strong> que eles<br />

23 “Quando as Escrituras falam <strong>de</strong> homens tentando a Deus, o significado é que os homens<br />

fazem algo que testa a divina paciência, tolerância, bonda<strong>de</strong> etc.; a embaraçam, por assim dizer,<br />

para dificultar sua estrita preservação.” Stuart, sobre Hebreus 3.8.

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