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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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716 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

profeta repreen<strong>de</strong> sua brutal estupi<strong>de</strong>z, visto que adoraram diante<br />

<strong>de</strong> uma imagem fundida, 15 e representaram a Deus pela figura<br />

<strong>de</strong> um bezerro que comia erva. 16 À luz <strong>de</strong>sse fato o profeta infere<br />

que Deus fora esbulhado <strong>de</strong> sua honra, e que toda sua glória fora<br />

embaciada. E seguramente é assim; pois embora os idólatras finjam<br />

servir a Deus com gran<strong>de</strong> zelo, contudo quando, ao mesmo tempo,<br />

representam para si um <strong>de</strong>us visível, então abandonam o Deus<br />

verda<strong>de</strong>iro e impiamente fazem para si um ídolo. Ele, porém, os<br />

repreen<strong>de</strong> por se fazerem culpados <strong>de</strong> uma impieda<strong>de</strong> ainda mais<br />

grave, quando diz: segundo a semelhança <strong>de</strong> um boi que come erva;<br />

e o contrasta com a honra e a glória <strong>de</strong>les. Pois visto que Deus os<br />

havia vestido com sua própria glória, que <strong>de</strong>mência era substitui-lo<br />

não apenas por um boi, mas pela forma inanimada <strong>de</strong> um boi, como<br />

se houvesse alguma semelhança entre Deus que cria todos os tipos<br />

<strong>de</strong> alimento e esse animal irracional que se alimenta <strong>de</strong> erva!<br />

É necessário, contudo, observar o <strong>de</strong>sígnio do profeta, que é realçar<br />

a cegueira dos homens como sendo por <strong>de</strong>mais vil e abominável,<br />

porque não se contentam com qualquer forma comum <strong>de</strong> superstição,<br />

mas, <strong>de</strong>sfazendo-se <strong>de</strong> todo pudor, se entregam às mais chocantes formas<br />

<strong>de</strong> culto a Deus. Houvera o povo formado para si uma semelhança<br />

<strong>de</strong> Deus sob a forma <strong>de</strong> um homem, ainda que estivessem impiamente<br />

esbulhando a Deus do que lhe é <strong>de</strong>vido, quanto mais <strong>de</strong>primente era<br />

sua conduta quando assimilavam Deus como se fosse um boi! Quando<br />

os homens preservam sua vida comendo e bebendo, reconhecem quão<br />

frágeis são, porque <strong>de</strong>rivam 17 <strong>de</strong> criaturas mortas os meios <strong>de</strong> sua subsistência.<br />

Quão maior é a <strong>de</strong>sonra feita a Deus quando é ele comparado<br />

15 “Mais propriamente, a imagem revestida; ou, ainda mais literalmente, armação <strong>de</strong> metal.”<br />

– Horsley. “A palavra hebraica”, diz Mant, “aqui como em outros lugares, traduzida por nossos tradutores,<br />

imagem fundida, estrita e propriamente significa caixa <strong>de</strong> metal ou cobertura envolvendo<br />

ma<strong>de</strong>ira entalhada. É às vezes associada a imagem <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira entalhada que a cobre. O bezerro<br />

<strong>de</strong> Arão era assim feito <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e coberto com ouro.”<br />

16 “Que comia feno – os egípcios, quando consultavam a Apis, apresentavam um recipiente <strong>de</strong><br />

feno ou <strong>de</strong> grama, e se o boi o recebia, esperavam bom êxito.” – Cresswell.<br />

17 “Empruntent <strong>de</strong>s creatures mortes la continuation d’icelle.” – v.f.

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