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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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da Linha do Equador”, foi escolhida para implantação, na década de 1980, do CLA -<br />

Centro de Lançamento de Alcântara).<br />

Contudo, se por um lado temos o desenvolvimento da Ciência e Tecnologia<br />

brasileira com lançamento de foguetes e satélites, por outro lado existe na mesma região<br />

uma população quilombola que sobrevive exclusivamente da pesca, produtos artesanais,<br />

de fibras e cerâmicas, agricultura de subsistência, além do turismo existente, que<br />

segundo Saule Jr. (2003, p.30), após seus deslocamentos, “não possuem área adequada<br />

para a agricultura de subsistência [...] não têm acesso direto ao mar para o exercício da<br />

pesca e dependem da autorização expressa do CLA para poderem reformar ou ampliar<br />

suas residências”.<br />

Observa-se que essa população sofreu e tem sofrido impactos ocasionados<br />

por sua relocação a partir da implantação do CLA (CLÍMACO, 2014, p. 59). Esses<br />

impactos incluem a falta de estrutura adequada, falta de um número maior escolas de<br />

ensino médio, mais próximas, das comunidades quilombola e/ou remanescentes de<br />

quilombolas, já que atualmente, Alcântara, conta com apenas uma escola estadual de<br />

nível médio e uma escola de nível médio federal (IFMA), ambas na sede, e apenas um<br />

anexo no Povoado de Oitiua (interior), dificultando a permanência e o desenvolvimento<br />

da população local, que conforme Saule Jr. (2003, p.22), “os mais jovens estão indo<br />

morar em Alcântara ou São Luís, porque não há terra suficiente para a agricultura,<br />

tampouco outras possibilidades de trabalho e não há lotes disponíveis para construírem<br />

duas casas quando casarem-se”.<br />

Percebe-se a contradição /problemática existente entre o desenvolvimento<br />

científico-tecnológico e o descaso com o desenvolvimento da população dessa<br />

localidade. Podemos, então, falar da existência de duas Alcântaras com diferenças<br />

gritantes. E nessa controvérsia social, encontramos a Comunidade Quilombola de<br />

Itamatatiua que conforme Grijó (2008, p. 2), “teve origem com a desagregação de uma<br />

antiga fazenda escravista pertencente à Ordem Carmelita [...] por esta razão, os<br />

moradores de Itamataiua se consideram descendentes dos antigos camponeses negros<br />

que ali moravam”.<br />

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