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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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azoável aproximação das artes não-ocidentais eram viabilizada não por um equilíbrio<br />

natural, e sim pela bondade e caridade dos europeus e americanos.<br />

No Brasil, a Arte Indígena, as Pinturas Rupestres, o Artesanato Popular, as<br />

Pinturas Naif entre outros, foram por vezes abarcados e catalogados como “Arte<br />

Primitiva” mesmo percebendo nitidamente que cada uma deles possui uma tradição e<br />

formação díspar. Essa compreensão é construída a partir de herança de uma Cultura<br />

Ocidental que simplifica as questões por meio de estereótipos. Apenas no<br />

desenvolvimento da Arte Moderna o conceito passou a integrar processo de<br />

revalorização da Arte.<br />

Nos estudos de Antropologia, até a década de sessenta e oitenta, designavase<br />

os povos indígenas e não-ocidentais como povos primitivos, assim como suas<br />

produções artísticas. Porém essa terminologia não é utilizada na atualidade, por<br />

considerar que nada há de semelhante entre esses povos e a pré-história. Apesar de<br />

todas as mudança terminológicas, permanece no senso comum e na visão da arte<br />

ocidental essa visão preconceituosa sobre os povos e suas produções.<br />

Price (2000) nos propõe o exercício de estimular reavaliações críticas de<br />

certos conceitos sólidos em nossa compreensão sobre determinados tipos de arte. Sua<br />

obra “Arte Primitiva em centros civilizados” apresenta um estudo pioneiro acerca do<br />

universo das Artes, envolvendo Museus, Galerias, comércio alternativo, academia,<br />

curadores e até colecionadores, problematizando ainda a relação entre os mesmos. A<br />

autora mostra como os espaços culturais tratam as produções de artistas africanos e<br />

indígenas. Além disso o livro traz também relatos históricos sobre as pilhagens<br />

cometidas por renomados antropólogos em aldeias: sem respeito algum pelos objetos<br />

sagrados dos nativos, muitos pesquisadores roubaram-nos na calada da noite para<br />

formar famosas coleções de museus. A partir da exposição de diversos exemplos, a obra<br />

de Price mostra como o mundo ocidental lida com as alteridades, colocando-as, por<br />

diversas vezes, em um lugar de subalternização.<br />

Ainda tratando da relação com a alteridade, Duran (2014) propõe uma<br />

reflexão acerca dos modos como olhamos o eu no outro, e vice-versa, e um estimulo à<br />

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