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A comunidade quilombola de Itamatatiua tem como principal fonte
econômica a produção de cerâmicas, em que através da Associação de Produção de
Cerâmicas se consolidou o processo de luta e resistência do povo dessa localidade,
possibilitando de acordo com Cestari, Caracas e Santos (2014, p. 89), “a capacitação de
novas ceramistas e a organização do trabalho, o que fortalece a identidade do grupo e a
geração de renda”.
Contudo, a comunidade de Itamatatiua, assim como as demais comunidades
quilombolas, apresenta grandes carências no campo educacional, devido segundo
Pereira, Santos e Barreira (2016, p.13, tradução nossa), possuir “apenas uma escola
primária, onde as demais séries escolares os alunos se deslocam a municípios vizinhos”,
em que para ter acesso ao ensino médio a população local precisa se deslocar para a
sede (com aproximadamente 55 km de distância) ou para o município de Bequimão,
gerando um desconforto e/ou aumentado as dificuldades à conclusão desse nível de
ensino. E levando-se em consideração as áreas da ciência da natureza em especial o
ensino de Física, as limitações e dificuldades de compreensão se intensificam à medida
que aumenta a desvinculação entre realidade dos alunos e os conhecimentos científicos,
onde os currículos e metodologias estão focados no modelo positivista, distante da
realidade dos alunos (ROSA, DARROZ, MARCANTE, 2012, p. 47).
Esse impasse educacional de Alcântara requer uma metodologia pedagógica
que propicie uma relação entre a cultura local e os conhecimentos científicos a fim de
perfazer o que está previsto na Resolução nº. 08 de 20 de novembro de 2012, em seu art.
20, incisos I e II, que traça as diretrizes para o ensino médio, conforme anteriormente
citado. E ainda, que faça cumprir os pressupostos legais previstos na LDB (Lei nº.
9394/96), em seu art. 3º, qual seja: “[...] vinculação entre a educação escolar, o trabalho
e as práticas sociais”, tornando a escola um espaço reflexivo e que “valorize e
desenvolva as diferenças e compartilhe o desafio de aprender o que fazer e quais
práticas adotar, atendendo às exigências atuais, adaptando-se aos alunos e não o seu
inverso” (FANTINATO, 2015, p.11).
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