28.02.2018 Views

II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

manifestadas em suas percepções, maneira de pensar e agir, caracterizando com o que<br />

se identificam e, assim, moldando suas identidades e o grupo com o qual vão<br />

compartilhar essas características. Nesse caso, a identidade feminina é constituída de<br />

maneira a ser definida pela afetividade, sensibilidade e afins, enquanto a masculina<br />

estaria presente em discursos científicos e políticos, oprimindo e deslegitimando a<br />

feminina.<br />

O valor dado à afetividade e a <strong>ate</strong>nção dada às relações afetivo-sexuais são<br />

entendidas como naturais sob esse sistema heteronormativo em que as emoções também<br />

são delineadas de acordo com o gênero. Dessa forma, a expressão de sentimentos e o<br />

que se é permitido sentir, apesar de ser uma manifestação individual, não depende<br />

somente das subjetividades dos indivíduos, mas do que é estabelecido pela sociedade,<br />

pelo grupo social em que se está inserido (MAUSS, 1979). A forma como os sujeitos<br />

sentem é influenciada pelas ideologias reproduzidas nos meios de produção cultural,<br />

como produções cinematográficas, músicas e publicidade que constroem uma reiteração<br />

da realidade e, assim, também naturalizam aspectos considerados como subjetivos. Sob<br />

essas ideias, para mulheres, é esperado que sejam sensíveis e chorem com maior<br />

facilidade enquanto homens não podem expressar essa emoção, e qualquer ação que<br />

fuja dessas esperadas é vista com estranhamento e repreendida.<br />

Dentro do âmbito das emoções, o amor romântico é visto como essencial<br />

para mulher, um de seus objetivos de vida, um dos mais subjetivos sentimentos, apesar<br />

de se entrecruzar com fatores sociais e culturais, é interpretado como manifestação<br />

individual. Porém, as significações atribuídas ao amor incluem em como ele é<br />

vivenciado em um contexto social, em uma visão ocidental, passando pelo sistema<br />

capitalista e individualista, a razão influencia na escolha de parceiros e datas comerciais<br />

institucionalizam esse sentimento, dessa maneira, a manifestação dessa emoção decorre<br />

do contexto em que o indivíduo é exposto e não somente emerge de sua subjetividade,<br />

deriva das representações do que é considerado válido sentir. “(...) A construção de<br />

imagens do amor e da afetividade, reiteradas em uma cultura visual, não por acaso,<br />

impregna-se na construção de imagens da feminilidade em si, convertendo o amor em<br />

1071

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!