II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

las em vocábulos. Estas três possibilidades de escrita estavam diretamente em
correspondência com os povos selvagens, povos bárbaros e povos policiados.
Embora as línguas modernas ao longo da história tenham se misturado,
algumas localidades ainda conservaram, mesmo que de forma ínfima, algumas dessas
diferenças apresentadas na divisão entre línguas meridionais e setentrionais.
Rousseau, percebendo o grau de degeneração da linguagem humana,
observando o desenvolvimento da escrita e a diferenciação das línguas do Ocidente e do
Oriente, enfatizou da seguinte maneira:
Nossas línguas valem mais escritas do que faladas; leem-nos com mais prazer
do que nos escutam. Pelo contrário, as línguas orientais perdem, escritas, sua
vida e calor. O sentido só em parte está nas palavras, toda a sua força reside
nos acentos. Julgar o gênio dos orientais pelos seus livros é querer pintar um
homem tendo por modelo seu cadáver (ROUSSEAU, 1978, p. 186).
Percebemos com bastante clareza que para Jean-Jacques Rousseau a
primeira fala humana era cantada, isto é, repleta de melodia, que expressava os
sentimentos, as emoções, os desejos e as paixões. Era uma fala poética.
Compreendemos também que as línguas meridionais eram mais melodiosas, portanto
musicas formadas de pura melodia. Já as línguas setentrionais por terem se afastado da
natureza eram mais harmônicas, isto é, racionalizadas e moralizantes, afastadas das
paixões e sentimentos. A linguagem harmônica racionalizou a sonoridade da fala e
abafou a melodia desta, fazendo com que a fala estivesse mais apta á transmissão de
ideias e teorias do que os sentimentos. Para o genebrino enquanto a harmonia só possuía
beleza de convenção sem jamais agradar os ouvidos, a melodia constituía exatamente na
música, o que o desenho representa na pintura, sendo que a pintura estaria mais próxima
da natureza, enquanto a música, da arte humana.
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