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No início de suas pesquisas, os pesquisadores Ball e Bowe limitaram o
processo com a intenção de três estágios em um processo contínuo, são eles: a política
proposta, a política de fato e a política em uso (Ball, 2006). O primeiro estágio refere-se
à política oficial, aos objetivos do governo, dos departamentos competentes e também
das escolas nas quais as políticas atuam. O segundo estágio caracteriza-se pelos textos
que formalizam as políticas, como por exemplo, os textos legislativos. Esses são os
responsáveis pelo início da prática da política. Por fim, a política em uso são os
discursos e as práticas oriundas da implementação das políticas pelos profissionais que
atuam (MAINARDES, 2006).
A ideia de Ball e Bowe (2006) é de uma teoria flexível, dinâmica e versátil,
sendo assim, é notório que essa concepção inicial da abordagem do ciclo das políticas
necessitava de alterações em sua rigidez, para os pesquisadores ingleses o processo
político é influenciado por várias noções e disputas. Para romper com essa noção inicial
da abordagem, Bowe e Ball apresentaram uma versa mais refinada no livro Reforming
education and changing schools (1992), este livro permite entender como as políticas
são formuladas e implementadas, sendo possível notar que os processos formulação e
implementação não são momentos dicotômicos, pois o processo de gestão de uma
política deve levar em consideração os agentes da escola.
De modo a esclarecer as ideias sobre a teoria de Ball e Bowe (2006),
afirmamos que o foco da análise de políticas em geral e não só da educação, deveria ser
no objetivo da política em relação à interpretação dos profissionais que atuam na escola.
Entendemos que não é possível uma política educacional obter sucesso “real” se não
escutarmos os alunos, professores, gestores e outros envolvidos no trabalho escolar.
Estamos falando em darmos voz à base escolar, observar o que a escola e os
profissionais precisam para melhoria da qualidade da educação.
Na reformulação da abordagem do ciclo das políticas, os pesquisadores
apresentaram três contextos que não são uma sequência linear, expressam a noção de
um ciclo contínuo, são eles: o contexto da influência, o contexto da produção de texto e
o contexto da prática (MAINARDES, 2006).
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