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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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O ponto de início será refletir sobre o problema que está na base: que se<br />

entende por “ensinar filosofia” e como se poderia transmitir algo cuja<br />

identificação é já um problema filosófico. (...) Outorgar aos professores e<br />

professoras um protagonismo central, uma vez que os interpela, não como<br />

eventuais executores de receitas genéricas, mas como filósofos e filósofas<br />

que recriam a própria didática em função das condições em que devem<br />

ensinar. (2009, pág. 10)<br />

A presença da filosofia como disciplina escolar: alguns questionamentos<br />

Como promover um aprendizado efetivamente significativo para o aluno da<br />

etapa terminal da Educação Básica? Esta é a quarta pergunta que a presença da Filosofia<br />

na escola impõe. Se tomarmos como próprio da Filosofia o movimento do pensamento,<br />

teremos que responder: como ensinar este movimento? Se entendermos que o ensino<br />

filosófico deve levar em conta a experiência de ressignificação de problemas em sala de<br />

aula, como precisaria ser lida a tradição filosófica para fazer dela objeto de reflexão da<br />

própria realidade?<br />

Um diagnóstico usual da área de Ensino <strong>ate</strong>sta que os cursos de Licenciatura<br />

não oferecem uma formação sólida e condizente com o cenário educacional vigente;<br />

logo, muitos licenciados vão se tornando professores apenas na sua prática docente.<br />

Fica, então, a questão: como formar bons professores de Filosofia para atuarem no nível<br />

médio de ensino? Qual o perfil do professor de filosofia no ensino médio? Esta é uma<br />

questão fundamental, pois o perfil do professor será bastante importante para o<br />

desenvolvimento da disciplina. Dois modelos principais são identificados. Primeiro, o<br />

professor formado sob uma metodologia que apenas lê os textos segundo a ordem das<br />

razões (“pensamento tímido”), uma certa exegese do texto, com “o exame exaustivo de<br />

seus argumentos e da coerência interna da doutrina, o mais das vezes, sem a<br />

consideração daquilo que no pensamento de um autor está presente como diálogo com a<br />

tradição e os contemporâneos” (LEOPOLDO E SILVA, 1998: 802). Segundo, o<br />

professor que não é formado em filosofia. Este, não raramente, leciona a disciplina para<br />

a complementação de sua carga horária e de seu salário. O problema se situa na pouca<br />

formação que este profissional possui. Uma pessoa que cursou duas ou três disciplinas<br />

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