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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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mulheres que exercem o oficio da quebra do coco babaçu, independentemente de serem<br />

associadas ou não a movimentos sociais, encontra-se elas exercendo a atividade de<br />

forma coletiva nos bosques. Mulheres estas que estão presentes nesta região desde as<br />

décadas de 20 a 60. Épocas de grandes impactos na disputa pela terra e de terras<br />

devolutas do governo estadual para com os povos do campo.<br />

Quase todos os membros da família participam deste oficio, com a exceção<br />

do homem da casa. A ele é destinado à vida de vaqueiro ou peão da fazenda. As<br />

crianças e os idosos, juntamente com as mulheres, participam da coleta do coco e leva<br />

para as mulheres quebrarem o mesmo. Retirando a amêndoa para o processo de venda<br />

ou industrialização da mesma.<br />

Identidade e leis.<br />

“O coco preso”; “o coco cerrado”; “babaçuais são derrubados”. São umas<br />

das tantas expressões que as nossas personagens demonstram em relação ao coco<br />

babaçu ao ver a sua principal fonte de renda sendo negada a elas. O coco preso, é<br />

representado no seguinte modo:<br />

O tempo do coco preso é, portanto, de dor, de sofrimento, de fome, de perda<br />

de identidade. Isso porque não havia mais terras para cultivar. A exportação<br />

já se completara. As terras já se haviam transformado em pastagens, via<br />

incentivos oficiais, e o extrativismo do babaçu se apresentava como única<br />

alternativa de sobrevivência as famílias camponesas. Dentre as atividades<br />

econômicas dantes praticadas – cultivo do solo, extrativismo, caça,<br />

artesanato, pesca – as famílias viam-se, subitamente, restritas á coleta e<br />

quebra do coco e venda das amêndoas aos fazendeiros (ANDRADE, 2006 p.<br />

447).<br />

Para comb<strong>ate</strong>r o avanço da ausência do poder público e a não negação<br />

dessas personagens aos bosques de babaçus, várias entidades, ONGs e movimentos<br />

sociais surgem para frear essas atitudes e conscientizar as mulheres e a sociedade geral,<br />

o quanto é importante a preservação dos babaçuais. Reforçando a luta em favor delas e<br />

construindo uma identidade coletiva dessas mulheres.<br />

Através da união destas entidades, em contraposição ao coco preso – surge<br />

como resposta a essa violência, a lei do babaçu livre, projeto que se encontra em<br />

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