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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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momento é apenas a consequência de um processo mais ou menos longo de tomada de<br />

decisão por parte do indivíduo (NOGUEIRA; ALMEIDA; QUEIROZ, 2015).<br />

A escolha da profissão é um dos momentos em que se pode identificar o<br />

agir objetivo desses constrangimentos sociais sobre o sujeito. Através dos quadros,<br />

percebe-se que os motivos que contribuíram para a escolha profissional estão<br />

relacionados mais a razões pragmáticas do que pelo gosto ou identificação pessoal com<br />

a profissão, confirmando que as oportunidades de escolha são mais restritivas para<br />

estudantes de meios desfavorecidos (BOURDIEU, 2014, p.21). A escolha profissional<br />

estaria relacionada em maior grau a razões objetivas da realidade vivenciada pelo<br />

indivíduo no decorrer de sua vida escolar e social, o que demonstra o peso da origem<br />

social no momento da escolha profissional.<br />

Assim, observa-se que o processo de escolha profissional e a entrada no<br />

mundo do trabalho “[...] são cada vez mais intrincados, geram dilemas, o que significa<br />

que as possibilidades de escolha profissional não estão relacionadas somente às<br />

características pessoais, mas principalmente ao contexto histórico e ao ambiente<br />

sociocultural em que o jovem vive” (FCC, 2009, p.9). Dessa forma, os indivíduos<br />

desenvolveriam a tendência de ajustamento de seu gosto ao que é objetivamente<br />

possível de ser alcançado pelos mesmos.<br />

É importante, então, observar que o momento da escolha profissional não<br />

corresponde apenas a uma ação consciente e autônoma determinada pelo sujeito de<br />

forma individual, mas ao resultado de um processo objetivo de estruturação da própria<br />

subjetividade do sujeito. Processo esse que depende em parte da posição social que é<br />

ocupada pelo indivíduo dentro da estrutura social.<br />

“[...] As práticas sociais seriam estruturadas, isto é, apresentariam<br />

propriedades típicas da posição social de quem as produz, porque a própria<br />

subjetividade dos indivíduos, sua forma de perceber e apreciar o mundo, suas<br />

preferências, seus gostos, suas aspirações estariam previamente estruturados<br />

em relação ao momento da ação” (NOGUEIRA, 2004, p.64).<br />

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