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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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É a partir desse raciocínio que Rousseau enfatiza a importância da educação<br />

começar desde os primeiros dias de vida da criança. Pois, do contrário, seria um<br />

homem-criança sem a mínima capacidade de se orientar sensível e intelectualmente, já<br />

que não teve experiências que lhe proporcionassem esse contato com o mundo.<br />

Portanto, nota-se a importância da experiência da criança ao longo de todo o processo<br />

de desenvolvimento e maturação para que na vida adulta consiga viver e conviver em<br />

sociedade. Nesse sentido, Jean-Jacques nos diz que:<br />

As primeiras sensações das crianças são puramente afetivas; não percebem<br />

senão o prazer e a dor. Não podendo nem andar nem pegar, precisam muito<br />

tempo para formarem pouco a pouco as sensações representativas que lhes<br />

mostram os objetos fora de si mesmas.; mas enquanto esses objetos não se<br />

estendem, não se afastam, por assim dizer, de seus olhos, e tomam para eles<br />

dimensões e formas, a repetição das sensações afetivas começa a submetê-los<br />

ao império do hábito. (ibid., p. 43).<br />

O mundo, totalmente estranho a esse ser, vai ganhando significação aos<br />

poucos através do contato que o bebê vai mantendo com as coisas ao seu redor. Tudo<br />

ainda é pura sensação, já que ainda não há imaginação e entendimento ativos. Essas<br />

primeiras sensações lhes causando dor ou prazer, são expressadas através de gritos e<br />

choros, lhes fazendo habituar a manifestar seus desejos através desses. Mas Rousseau<br />

assevera que o único hábito que se deve deixar a criança adquirir é o de não contrair<br />

nenhum. O preceptor deve prepara “de longe o reinado de sua liberdade e o emprego de<br />

suas forças, deixando a seu corpo hábil natural, pondo-a em estado de ser sempre<br />

senhora de si mesma e fazendo em tudo sua vontade logo que tenha uma” (ibid., p.43)<br />

Ainda na fase inicial da criança, o genebrino aponta que ainda quando a<br />

memória e a imaginação são ainda inativas, a criança só presta <strong>ate</strong>nção àquilo que o<br />

afeta nos sentidos; sendo suas sensações o primeiro m<strong>ate</strong>rial de seus conhecimentos,<br />

oferecer-lhes numa ordem a seu entendimento [...] É assim que aprende a sentir o calor,<br />

o frio e a dureza, a moleza, o peso, a leveza dos corpos a julgar do seu tamanho, de sua<br />

forma e de todas as suas qualidades sensíveis, olhando, apalpando, ouvindo e<br />

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