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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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Os documentos normativos para a escolarização indígena, como o<br />

Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas – RCNEI mostram uma<br />

divisão entre conhecimentos universais e indígenas de modo que sirvam para uma<br />

política de autonomização desses povos. O RCNEI (1998), tem como meta desenvolver<br />

uma educação escolar fundamentada no “respeito à pluralidade e à diversidade”. Os<br />

seus “objetivos estão voltados para o fornecimento de idéias básicas e sugestões de<br />

trabalho para o conjunto das áreas do conhecimento e para cada ciclo escolar das<br />

escolas indígenas inseridas no Ensino Fundamental”. (COELHO, 2004). Esse<br />

documento é apresentado como decorrente do <strong>ate</strong>ndimento às determinações referentes<br />

á diferenciação das escolas indígenas, contidas na Lei nº. 9. 394/96 – LDEN. De acordo<br />

com Coelho (2004), as políticas públicas, a despeito da retórica de “respeito à<br />

diversidade, continuam a ser elaboradas com base em uma concepção genérica de índio,<br />

reduzindo diferentes povos a uma mesma c<strong>ate</strong>goria”.<br />

Nesse aspecto, o que existe realmente, dentro do discurso da valorização da<br />

cultura indígena na escola, conforme destaca Chon (2016), é uma “folclorização da<br />

cultura”, ou à incorporação, do discurso do Estado em torno de uma unicidade cultural<br />

indígena no Brasil. Cabe ressaltar, que antes do advento das novas políticas de educação<br />

escolar, ditas, específicas, e diferenciadas, já existiam, escolas nas aldeias, que foram<br />

implantadas pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI e eram conduzidas por<br />

professores não índios. A mudança mais perceptível que ocorreu com as novas políticas<br />

de escolarização indígena foi à substituição do professor branco pelo professor indígena,<br />

em algumas situações. (COELHO, 2004). Entendo que, no texto do RCNEI, assim<br />

como na legislação brasileira, existem inúmeras espreitas sobre a valorização da cultura<br />

dos povos indígenas, no sentido de que, ambos são políticas de estado importantes para<br />

o processo de construção nacional, sendo assim, compreendo, tal como Bourdieu (1989)<br />

que o Estado é o “detentor do monopólio da violência simbólica”. Portanto, o Estado<br />

capitalista brasileiro é o gestor e propulsor da política indigenista de escolarização, e,<br />

por meio da ação repressiva, física e simbólica define norma em que a sociedade deve<br />

se ajustar. Nesse aspecto, a escola é um dos principais instrumentos de coação e<br />

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