II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

arcos de junco das Molucas ou aquelas da passagem dos estreitos de Macau.
No Maranhão, a dependência das embarcações indígenas vai ser agravada
pela falta generalizada de carpinteiros nos primeiros anos, queixa retratada
em diversos documentos (RUSSELL-WOOD, 1992, p. 56)
Assim, a região amazônica passou a ser cobiçada e frequentada pelos
concorrentes europeus de Espanha e de Portugal, como os holandeses, franceses,
ingleses, irlandeses e até mesmo os italianos. Desses países, vinham uma série de
pessoas que tinham vários intuitos e um deles, devido a muitas especulações sobre a
região amazônica, vinham para fazer experimentos comerciais na região. Por sua
situação de fronteira, essa região acaba por experimentar as mudanças que ocorreram no
universo português ao longo do período da União Ibérica. Numa dimensão mais global,
a tomada do Maranhão, pode ser compreendida como parte de uma estratégia de defesa
da Coroa espanhola, esta que era interessada em proteger as zonas ao Norte do Vice –
Reinado do Peru, ou seja, o que era considerado como a rota da prata castelhana,
principalmente dos principais concorrentes da Monarquia Hispânica, as Províncias
Unidas dos Países Baixos.
O conflito hispano-holandês é o fator principal para que ocorra a guerra no
Estado do Brasil, como na Amazônia portuguesa, pois a partir desses conflitos, os
neerlandeses passaram a tomar posses e invadir territórios que pertenciam às coroas
ibéricas. Entretanto, a guerra na Amazônia portuguesa pode ser dividida em três fases:
1) 1590-1636, período marcado por uma agressiva política de instalação de entrepostos
comerciais, auxiliada por fortificações holandesas que tinham caráter militareconômico-religioso.
2) 1637-1644, época de ocupação efetiva do antigo Estado do
Maranhão. 3) 1645 – 1654, período em que o Maranhão participa da reconquista da
América portuguesa. Essa primeira fase da guerra na Amazônia foi o momento em que
houve a construção de inúmeras fortificações e que funcionavam ativamente com o
auxílio de nações indígenas. De fato, os neerlandeses já utilizavam há muito tempo os
serviços dessas nações, principalmente como forma de apoio, manutenção, e também
para o comércio.
1627