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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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uma demanda incrementada no Velho Continente e estimulariam ainda mais a produção<br />

de novos bens nas colônias; o novo mundo estava se tornando uno. (Wolf,1982)<br />

Sidney Mintz explica isso da seguinte forma:<br />

Ao consumir tais substancias os trabalhadores proletários estavam ligados<br />

aos africanos escravizados e, mais tarde, aos trabalhadores migrantes<br />

coagidos e contratados nas plantações coloniais. Enquanto as fabricas e<br />

oficinas da Europa produziam tecido de baixa qualidade para vestir os<br />

escravos, moendas para os engenhos de açúcar e instrumentos de tortura para<br />

manter os escravos sob coação, as plantações nas Índias Ocidentais<br />

produziam o açúcar, o rum, e o fumo e o café que ajudariam a fazer com que<br />

os trabalhadores das fabricas europeias suportassem melhor sua sorte.<br />

(MINTZ, 2010, p. 48)<br />

Ou seja, estamos diante do sistema mundial de exploração e consumo de<br />

mercadorias, o próprio sistema capitalista globalizado, onde as diversas áreas<br />

envolvidas e as pessoas estão todas interligadas.<br />

No texto A “segunda escravidão” de Dale Tomich, presente na obra Pelo<br />

prisma da escravidão, o autor trata de uma segunda etapa de escravidão, pós-abolição da<br />

escravatura, em que era necessária mão-de-obra escrava para plantações de café em São<br />

Paulo e algodão no nordeste, sobretudo no Maranhão, que é o caso que aqui tratamos<br />

em específico.<br />

Nesse texto, Tomich fala que a abolição de escravos no Hemisfério<br />

Ocidental está entre os acontecimentos mais dramáticos e significativos do século XIX,<br />

que se iniciou com a revolução haitiana em 1791 e se estenderam até a emancipação dos<br />

escravos no Brasil em 1888.<br />

Essa época foi tida como a época do crescimento da liberdade da pessoa<br />

humana e do progresso moral e m<strong>ate</strong>rial. Durante esse período a escravidão veio a ser<br />

entendida como a antítese das formas emergentes do Estado, sensibilidade moral e<br />

atividade econômica: ela formava o padrão negativo contra o qual as novas formas de<br />

liberdade se definiam. (TOMICH, 2011)<br />

Há uma forte comparação entre o escravo africano e o trabalhador livre,<br />

operário inglês, que foi utilizada para demonstrar o que era característico nas relações<br />

1811

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