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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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personagem os seguintes dizeres: “Às vezes digo para mim mesmo: “O teu destino é<br />

único, podes considerar todos os outros felizes... “Nenhum mortal foi tão martirizado<br />

quanto tu...” Após o momento em que Charlotte expulsa o jovem Werther de sua casa<br />

notamos como a vida do protagonista desmorona em todos os sentidos e o jovem<br />

começa a pensar em como será a sua partida. Nessa perspectiva, refletimos sobre o ato<br />

de tirar a vida motivado pela não correspondência do sentimento de um indivíduo a<br />

partir da história de Werther e principalmente o que é o suicídio nesse contexto. A obra<br />

Os sofrimentos do jovem Werther não trata apenas de um romance impossível, mas de<br />

um romance interior e complexo, cujo jovem sonhador se apaixona e vive a agonia de<br />

um amor que jamais acontecerá, além de cultivar sentimentos de autodestruição. Apesar<br />

de ser uma obra ficcional podemos compreender um pouco do homem do século XIX.<br />

Pessimismo; dor existencial; morte; sofrimento e isolamento são algumas das<br />

características presentes nesse contexto.<br />

Na verdade, não existe produto da arte moderna, nenhum impulso emocional,<br />

nenhuma impressão ou estado de espírito do homem moderno, que não deva<br />

sua sutileza e variedade à sensibilidade que se desenvolveu a partir do<br />

romantismo. Toda a exuberância, anarquia e violência da arte moderna, seu<br />

lirismo balbuciante, seu exibicionismo irrestrito e profuso, derivaram dele. E<br />

essa atitude subjetiva e egocêntrica tornou-se de tal modo natural para nós,<br />

tão absolutamente inevitável, que nos parece impossível reproduzir sequer<br />

uma sequência abstrata de pensamento sem fazer referência aos nossos<br />

sentimentos. (HAUSER, 1892, p. 664)<br />

A literatura apresenta diversos gêneros, ao mesmo tempo em que essa<br />

diversidade permite certa abertura para outras vertentes da ciência. Dessa forma,<br />

utilizamos um teórico muito conhecido na área da Sociologia que possibilitará uma<br />

ampliação dos estudos a respeito do suicídio, bem como a compreensão desse ato no<br />

contexto de nosso estudo. Essa prática pode ser considerada positiva, ou negativa, tendo<br />

em vista o pensamento de Durkhein (1858 – 1917). Como o personagem é mais<br />

próximo do leitor da época, podemos pensar por que razão outros suicídios teriam<br />

acontecido e se aconteceram. Em outras palavras, o reconhecimento em um personagem<br />

com traços da mesma época é mais simples e acessível do que em um personagem<br />

histórico, ainda que o contrário não seja improvável. Essa aproximação com o leitor da<br />

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