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INTRODUÇÃO
A hanseníase, doença infectocontagiosa de evolução crônica, tem como
agente etiológico o Mycobacterium leprae, chamado de Bacilo de Hansen em
homenagem ao médico norueguês Gerhard Armaner Hansen que o descobriu em 1873
(CLARO, 1995; TALHARI; NEVES, 1997; MACIEL; FERREIRA, 2014).
A hanseníase é uma doença que atinge as camadas mais pobres da
população e apresenta endemicidade em todas as macrorregiões, principalmente nas
áreas metropolitanas. Com o êxodo rural, os doentes vivem nas periferias das grandes
cidades, muitas vezes em situação precária e promíscua. A situação de pobreza,
desemprego e falta de educação básica pioram o quadro daqueles que são acometidos
pela enfermidade.
De acordo com as definições do Ministério da Saúde do Brasil, no Guia para
o Controle da Hanseníase, um caso de hanseníase é um indivíduo que apresenta uma ou
mais de uma das seguintes características: lesão ou lesões de pele com alteração de
sensibilidade; acometimento de nervos com espessamento neural e baciloscopia positiva
– investigação feita em laboratório visando o encontro da bactéria causadora da doença
(BRASIL, 2010a).
A doença apresenta além de um problema cutâneo, comprometimento
neurológico: “A hanseníase não teria a importância que tem se fosse apenas uma doença
de pele contagiosa. Mas, é a sua predileção pelos nervos periféricos que causa
incapacidades e deformidades” (OPROMOLLA, 2000, p. 25).
A hanseníase envolve ainda o lado psicológico e sociocultural da pessoa e
muitas vezes compromete fortemente seu emocional e dos que estão envolvidos no
processo da doença, incluindo familiares. Esse outro aspecto da hanseníase faz dela uma
enfermidade ímpar em saúde pública porque envolve sentimentos, dores, preconceitos e
marcas. Talhari e Neves (1997, p. 487) ao abordarem esse aspecto concluem que:
A hanseníase, sendo uma doença dermatoneurológica, apresenta, em muitos
casos, um sério comprometimento dos troncos nervosos periféricos que, em
última análise, determinam as tão temidas deformidades nos pacientes. Essas
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