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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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Keywords: Gender. Sexuality. Textbook. Science Teaching.<br />

INTRODUÇÃO<br />

As aulas de Educação Física na minha escola eram sempre divididas e<br />

aconteciam semanalmente, sendo que, em uma semana participavam somente os<br />

meninos e a atividade era sempre o futebol, e em outra semana participavam somente as<br />

meninas, onde a atividade era sempre queimada (ou como chamam em outros locais:<br />

baleada, carimbada, etc.,). Quando criança, nunca me enturmei nos grupinhos dos<br />

garotos, e nunca fui bom de bola, então, quando eu tinha sorte, o professor deixava que<br />

eu ficasse somente sentado observando os meus colegas de classe jogarem. Nessas<br />

tardes que eu passava sentado, ou tendo que jogar mesmo sendo muito ruim naquilo e<br />

não estando nada confortável, sempre me vinha o questionamento sobre o porquê dessas<br />

aulas separarem os meninos das meninas, e o porquê de os garotos não poderem jogar<br />

queimada e as garotas futebol. As respostas que eu ouvia, tanto de algumas pessoas<br />

quanto as construídas na minha mente pelo ambiente a minha volta, eram quase sempre<br />

as mesmas: os meninos são mais fortes, as garotas não podem competir com eles, além<br />

do quê, queimada é brincadeira de menina, e futebol é brincadeira de menino.<br />

Essa realidade provavelmente não foi somente a minha, desde pequenos<br />

somos ensinados a como ser homens e mulheres pela mídia, família, medicina, religião,<br />

e também pela escola. Somos instruídos a fazermos escolhas quanto a cores,<br />

brinquedos, brincadeiras, roupas, acessórios e até profissões diferentes baseadas em<br />

nosso gênero, sendo formado assim um perfil bem claro do que seria feminino e<br />

masculino, onde os sujeitos que por alguma razão fogem ou destoam desse perfil<br />

acabam sendo ridicularizados e menosprezados.<br />

Esse conjunto de normas é baseado em uma relação binária com um modelo<br />

heterossexual sempre ligado a reprodução, onde mesmo sujeitos heterossexuais são<br />

postos a todo momento à prova para reafirmar a sua heterossexualidade (SANTOS;<br />

SOUZA, 2014). Essas atitudes se tornaram formas de educar os filhos, o que prejudica<br />

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