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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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Nascemos fracos, precisamos de força, nascemos desprovidos de tudo, temos<br />

necessidades de assistência, nascemos estúpidos de juízo, precisamos de<br />

juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que precisamos adultos, é-nos<br />

dado pela educação.<br />

( ROUSSEAU, 1995, p.10)<br />

Assim, é necessário perceber que a educação, mesmo em uma análise sob o<br />

viés da linguagem, exerce um papel fundamental no processo de desenvolvimento da<br />

comunicação dessa criança que se apresenta como modelo retórico, portanto, é também<br />

de capital importância para a análise comparativa desenvolvida na presente<br />

investigação. Na fase inicial da vida, a criança é totalmente dependente do outro para<br />

prover a sua subsistência, será a educação a responsável por prover o homem em sua<br />

faze inicial de existência. Mas qual educação ou quais educações?<br />

Rousseau salienta que de modo geral, a educação divide-se em três: a<br />

educação proveniente da natureza, a educação dos homens e a educação das coisas: a da<br />

natureza não depende de nós, a das coisas só em certo ponto e a dos homens a única que<br />

realmente somos senhores. Cito:<br />

[A] educação nos vem da natureza, ou dos homens ou das coisas. O<br />

desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a<br />

educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento<br />

é a educação dos homens; e o ganho de nossa própria experiência sobre os<br />

objetos que nos afetam é a educação das coisas. (Ibid. p. 11).<br />

Dessa forma, o aluno será formado por três espécies de mestre. Mas o<br />

objetivo final deve se adequar em um só, que é a própria meta da natureza. Pois a além<br />

de diferentes, as três educações são opostas: a educação da natureza quer formar<br />

homens, enquanto a educação dos homens quer formar cidadãos. Mas Rousseau<br />

assevera:<br />

Aquele que, na ordem civil, deseja conservar a primazia da natureza, não<br />

sabe o que quer. Sempre em contradição consigo mesmo, hesitando entre<br />

suas inclinações e seus deveres, nunca será nem homem nem cidadão; não<br />

será bom nem para si nem para outrem. Será um dos homens de nossos dias,<br />

um francês, um burguês; não será nada. (Ibid, p.13).<br />

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