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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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ligada à Cultura Pop Japonesa e as pessoas que interagem entre si e com essas mídias<br />

pode-se denominar de Cultura Otaku. Isso porque no Japão, país de origem do termo,<br />

não é só assim que se encara a designação de um otaku.<br />

Lembramos aqui que os excessos da sociedade de consumo são uma das três<br />

principais razões concorrentes para o surgimento dos otaku no Japão. Os<br />

jovens otaku, imersos nessa sociedade de consumo que lhes vende sonho em<br />

kit, são os primeiros clientes (ou as primeiras vítimas) do consumismo<br />

enlouquecido que rege a sociedade japonesa. (BARRAL, 2000, p.134)<br />

Étienne Barral, jornalista e japanólogo francês, é o principal referencial para<br />

a compreensão do otaku, e, por conseguinte, sua cultura. Em sua obra Otaku: Filhos do<br />

Virtual (2000) ele investiga por meio de uma reportagem o comportamento dos jovens<br />

japoneses que não se deixam dominar pela mensagem de unidade social promovida pela<br />

mídia nipônica e em um movimento contrastante toma para si os elementos (produtos)<br />

criados por essa mesma mídia e os assume como formas de escape da pressão social<br />

imposta erguendo para si ídolos referenciais culturais próprios. Tudo isso por meio de<br />

uma rede de conexões que se potencializa na Internet.<br />

São jovens que, no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990,são<br />

apresentados na crônica de Akio Nakamori. Multidões que se reúnem para deb<strong>ate</strong>r e<br />

promover seus interesses pessoais em caráter coletivo. O importante é que tudo siga<br />

uma lógica que não pode ser compreendida por quem não faz parte da tribo. Uma<br />

resposta direta ao que faz a sociedade japonesa com aqueles que não se adequam a suas<br />

normas de vida em grupo.<br />

O otaku é apenas um adolescente hesitante entre a infância e a idade adulta. É<br />

um ser que se adapta à paisagem da revolução do software e a fantástica<br />

aceleração das mutações da era pós-industrial. Perito em altas tecnologias, ele<br />

inventa, testa, compila e, muitas vezes, dá as chaves que permitem<br />

compreender em que sociedade vivemos. Aparentemente passivo, ele é, de<br />

fato, a expressão de uma crítica notável de nossa sociedade e uma espantosa<br />

maneira de se adaptar aos famosos ritos “nômades”. (BARRAL, 2000, p.13)<br />

O termo está nitidamente ligado à ideia de consumo midiático:<br />

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