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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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a ensinou a quebrar o coco, para o sustento da sua família, com apenas 10 anos de idade<br />

e a qual não tem vergonha de admitir que aprendeu desde a tenra infância.<br />

“Foi minha mamãe que me ensinou a quebrar o coco babaçu nas matas de<br />

Caxias. Naquela época era muito difícil eu ir para escola. Então mamãe me<br />

levava junto com outras mulheres, e a minha vovó ia também. Mulher bonita<br />

minha vovó. Passávamos o dia quebrando o coco. Para mim, era brincadeira,<br />

como eu era criança ainda. Mas hoje eu sei o quanto essa brincadeira me<br />

ajudou a vencer na vida. Eu gosto de quebrar o coco babaçu. Faz parte de<br />

mim”. *entrevista concedida no dia 15.09.2015<br />

Ela e o seu esposo vieram para esta região em busca de melhora de vida e<br />

ofertar uma melhor educação aos seus filhos. Os parentes de ambas as famílias<br />

encontravam-se residindo nesta região rural do município e os mesmos passaram a<br />

ajudar o casal e os filhos na fixação no lugar. Com ela, veio um aprendizado rico em<br />

conhecimento e na dimensão dos valores sociais do campo.<br />

Na sua família, somente a sua filha mais velha, irá herdar o conhecimento<br />

adquirido no decorrer dos anos a respeito desta atividade. A personagem 01, diz que<br />

ensinou a sua filha não por insistência da menina e sim porque ela quis aprender essa<br />

atividade. E ambas, participam do exercício da atividade da quebra do coco babaçu, na<br />

fala da filha da personagem 01 diz:<br />

“Era comum eu ver várias mulheres quebrando o coco. A mamãe ia com elas.<br />

Eu ia junto e gostava de ver e participar daquela atividade. Riamos e<br />

brincávamos quando todas nós quebrava o coco babaçu. E eu pedi para<br />

mamãe me ensinar. Mamãe não gostou de início, mas mesmo assim me<br />

ensinou. Tenho orgulho desta atividade. Sem bordar, fazer unhas, cozinhar,<br />

mas eu gosto mesmo é de quebrar o coco babaçu – isso faz parte da minha<br />

vida. E tenho orgulho. *entrevista concedida no dia 15.09.2015<br />

No povoado São Félix, são dez mulheres que quebram o coco babaçu – a<br />

maioria são idosas e beneficiaras do INSS e quebram o coco babaçu com orgulho.<br />

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