II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

Foi no contexto do Romantismo que a ficção histórica surgiu e se
estabeleceu, funcionando como um “gênero de fronteira” entre o histórico e o literário,
ao permitir o diálogo entre as duas instâncias (TASCA, 2012, p. 131). Da mesma
maneira como os temas nacionais eram cruciais nos trabalhos históricos de um autor
como Varnhagen, na literatura também o retorno ao passado foi utilizado na busca por
uma identidade nacional.
A Crônica do descobrimento do Brasil criou, portanto, uma
forma de transmissão do conhecimento que não pertencia mais ao campo da verdade,
mas
ao campo da verossimilhança. Isso significa que, no momento em que se primava pela
elaboração de umsentimento nacional, mais do que “o valor dado à verdade e
objetividade dos fatos históricos,estava a importância da transmissão de lendas e
tradições que compunham a nação easorigens da pátria” (TASCA, 2012, p. 132). E a
lenda primeira, da “origem” mesmo, seria justamente essa que deu matéria ao referido
trabalho de Varnhagen: o “descobrimento” do Brasil.
REFERÊNCIAS
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da modernidade ibérica. Almanack Braziliense, n.7, mai. 2008.
CEZAR, Temístocles. Varnhagen em movimento: breve antologia de uma existência,
Topoi, Rio de Janeiro, v. 8, n. 15, jul.-dez. 2007.
GUIMARÃES, Manoel Luís Salgado. Nação e Civilização nos trópicos: o Instituto
Histórico
e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma História Nacional. Estudos Históricos, Rio
de
Janeiro, n. 1, p. 5-27, 1988.
______. Entre amadorismo e profissionalismo: as tensões da prática histórica no século
XIX. Topoi, Rio de Janeiro, pp. 184-200, dez. 2002.
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