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No decorrer deste diálogo, Sócrates continua com o interrogatório ao
escravo para demonstrar sua tese a Mênon. A demonstração da teoria da reminiscência
conduz o escravo, num primeiro momento, ao estado de aporia que para Sócrates é
essencial para adquirir conhecimento. Depois, por meio de um interrogatório, o escravo
é estimulado por Sócrates a continuar a construir a teoria geométrica por meio de
noções cotidianas e do resgate de conceitos já processados em algum momento anterior.
Os questionamentos de Sócrates continuam em torno da superfície quadrada e com
relação ao tamanho que ela poderia chegar ao fazer algumas operações matemáticas
simples, demonstrando a Mênon que seu escravo possui um tipo conhecimento que nem
ele mesmo sabia possuir, corroborando com a tese da teoria da reminiscência proposta
por Sócrates.
Assim, segundo a análise feita do Diálogo Mênon, o elenchos surge como
uma forma de convencer os homens de sua ignorância, levando em consideração as
contradições de seus interlocutores, com a finalidade de expor as teses falsas e evitar
que teses inconsistentes permaneçam na argumentação.
O filósofo americano Metthew Lipman, propõe que a metodologia da
Filosofia a ser utilizada para o melhorar o desenvolvimento das crianças é o diálogo,
pois trata-se de um diálogo investigativo.
As conversas dos jovens, quando organizadas e disciplinadas, produzem uma
oportunidade superlativa para o aprimoramento das habilidades de
pensamento, porque a comunicação verbal exige que cada participante ocupese
simultaneamente e sequencialmente com uma série considerável de atos
mentais. (LIPMAN, 1990, p. 150).
Para Lipman, o desenvolvimento das habilidades cognitivas está
diretamente relacionado com as capacidades linguísticas que as crianças passam a
desenvolver com o exercício do diálogo, no entanto, este diálogo deve ser desenvolvido
de forma organizada e comprometida, pois não pode ser confundida com um simples
debate.
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