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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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fixação de identidade quer avançando na leitura da dinâmica e ressignificação dos<br />

diversos contextos culturais em constante contato.<br />

Se for verdade que vivemos em um período onde a fragmentação<br />

paradigmática promovida pela emergência de uma sociedade global cujas relações<br />

deterioram-se em nome da demanda por processos sociais e econômicos cada vez mais<br />

acelerados e onde o anseio por respostas imediatas é prerrogativa básica, também o é o<br />

fato de ser o campo da construção imagética e sua infinita possibilidade de variação,<br />

terreno dos mais férteis para as análises acerca das construções m<strong>ate</strong>riais e simbólicas<br />

dos diferentes grupos humanos. Inúmeros são os indivíduos que se lançam dia após dia<br />

na árdua tarefa de tentar compreender a potencialidade humana e de decodificar sua<br />

realidade através da linguagem visual, linguagem essa que chamaremos de iconografia,<br />

do grego “eikón” (imagem), e traduzir-se-á aqui como “imagem que se assemelha a um<br />

objeto, pintura, pensamento, imagens mentais, comparação, semelhança” (PAPE apud<br />

BRANDÃO, 2016, p. 181).<br />

Igualmente tem-se que o cinema como um dos ramos de desenvolvimento<br />

da arte iconográfica, em grande medida, desenvolveu papel preponderante na preensão<br />

do desenvolvimento m<strong>ate</strong>rial e simbólico humano, sendo, no entanto, relacionado<br />

durante longo período, apenas às esferas de um desenvolvimento técnico ou, no mais<br />

das vezes, de sua capacidade subjetiva e/ou artística. A constatação da possibilidade de<br />

uma leitura temporal e sociológica implícita ao registro visual fílmico só passa a ter, de<br />

fato, validade no rastro da ampliação dos horizontes de pesquisa das Ciências Sociais,<br />

incluindo-se aqui também a disciplina História já em meados do século XX (FERRO,<br />

1988; KORNIS, 1992; NAVARRETE, 2008).<br />

O registro fílmico enquanto documento histórico - como qualquer outro<br />

documento produzido pelo homem e passível de auxiliar na busca pela compreensão de<br />

determinada época a ele relacionada - pressupõe uma meticulosa interpretação dos<br />

contextos sociais dos seus produtores e dos códigos a ele inerentes. Quando se fala, ao<br />

trabalhar com documentos escritos, dos ditos e não-ditos inscritos nos textos, fala-se das<br />

escolhas de exposição e ocultamento realizadas por seus idealizadores/realizadores. Na<br />

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