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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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vezes vem ampliada os ambições de magnitude extrema, calcada em um narcisismo de<br />

nomes específicos, ou seja, aos líderes dos regimes autoritários.<br />

Fazendo da busca por equilíbrio do poder uma necessidade, forças pró e<br />

contra se juntam em um campo político, formando suas concepções e garantindo sua<br />

lealdade a tais pontos. A formação de uma unidade central, como é citado por Bourdieu<br />

em Poder Simbólico sugere uma estratégia para o alcance desse objetivo.<br />

Assim, a visão atribuída a construção dos “inimigos do país”, daqueles que<br />

produzem os males sociais, os quais deveriam ser rechaçados da sociedade, passam pela<br />

esfera do simbólico até chegarem ao domínio público. Porém, para legitimar tais<br />

discursos seria necessário também a elaboração de seus desígnios representativos, como<br />

cita Dutra:<br />

O inimigo é, pois, o comunista a serviço de uma ideologia “de fora”, o credo<br />

russo, é o invasor que rouba com violência (rapina) e tudo destrói (vândalo).<br />

Por isso mesmo é expressão do mal e do ódio. Saques, pilhagens, rapina são<br />

representações-chave do imaginário da guerra, expressão máxima do<br />

confronto com o inimigo externo. Sem elas, a figuração do inimigo fica<br />

incompleta. (DUTRA, 1997, p. 40)<br />

A estruturação de uma imagem do comunismo como uma ameaça a essa<br />

ordem, como um vírus que se propaga pelo ar e que impregna a sociedade, como algo a<br />

ser extirpado foi trabalhado com o fim de ser assimilado e disseminado amplamente<br />

para <strong>ate</strong>nder as ordens de uma organização que <strong>ate</strong>nde interesses diversos.<br />

Com a finalidade de examinar sobre o terror gerado pelos regimes, a filósofa<br />

Hannah Arendt, diz que:<br />

O terror, como execução da lei de um movimento cujo fim ulterior não é o<br />

bem-estar dos homens nem o interesse de um homem, mas a fabricação da<br />

humanidade elimina os indivíduos pelo bem da espécie, sacrifica as “partes”<br />

em benefício do “todo”. (ARENDT, 1989, p. 517)<br />

Figurando essa questão sequenciam-se outros dados, trazidos com esse<br />

terror social que ganhou margens de legalidade, como é trazido com o levantamento de<br />

c<strong>ate</strong>gorias de “culpados” e “inocentes”. Partindo disso, esse “mal social” deve ser<br />

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