II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

E portanto no futuro que é preciso pensar zelando pela sua conservação; é
contra os males da juventude que é preciso defende-la, antes que a eles
chegue. Se o preço da vida aumenta até a idade de tornar útil, não será
loucura poupar alguns males da infância multiplicando-os na idade da razão?
[...]. (Ibid., p. 23)
Assim, Rousseau ratifica o cuidado com a criança na primeira infância, pois
é do próprio homem que vem os maiores males que lhe afligem a alma. Quando a
criança nasce ela grita, na primeira infância passa a chorar. “Sacodem-na as vezes ou a
acariciam para acalmá-la; ameaçam-na também e batem-na para que se cale.” Ou lhe
fazem o que agradam-na ou exigem dela que vos agrade. “Ou submetemos as suas
fantasias ou a submetemos as nossas”. [...] “é preciso que nos dê ordem ou que as
receba”. E “assim, suas primeiras ideias são de império e servidão. Antes de falar ele
manda, antes de poder agir ele obedece”. (Ibid., p. 23-4)
Vigiar e cuidar da natureza da criança para que não se desencaminhe. Então
quereis conservar seu estado original? “Conservai a partir do instante em que vem ao
mundo. Logo ao nascer apropriai-vos dele não o largueis antes que seja homem: nada
conseguireis sem isto”(Ibid., p. 24). Rousseau, conclui portanto que a verdadeira ama é a
mãe e o verdadeiro preceptor é o pai. De modo que na primeira infância, deveria ser
responsabilidade da mão zelar pelo bebê e para seu livre desenvolvimento.
A LINGUAGEM DE EMÍLIO: CONTRA A CONVENÇÃO
Emílio é um aluno imaginário que será educado desde seus primeiros anos
de vida para conservar suas virtudes e sua liberdade. Ainda na infância, quando bebê,
Emílio é desprovido de qualquer moralidade ou convenção, sendo este um dos âmbitos
humanos que permitem a comparação entre a criança e o homem natural. Antes de
qualquer outra coisa, o homem é um ser sensível que no seu estado inicial é afetado de
diversas maneiras pelos objetos que os cercam. A criança é um ser em desenvolvimento
físico, intelectual e moral, que precisa de outros para a sua sobrevivência, portanto é
totalmente dependente na sua fase inicial. Destarte, assim como o homem natural,
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