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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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usca pela formulação de um olhar que quebre esses paradigmas. O olhar, a relação com<br />

a alteridade é um tema central, o ponto de partida para estudarmos Antropologia da<br />

Arte.<br />

Sobre a força vital da e na arte Duran(2014) nos fala de um movimento que<br />

transforma o olhar para ver, arte e artefato, saindo do lugar de algo comum, de uma<br />

simples cópia, para algo com uma força vital, um símbolo sem um contexto linguístico.<br />

E concluiu esse momento reforçando que essa força vital da arte nos convida a apreciar<br />

o objeto artístico. E que apreciar arte é um verbo limitador mesmo dentro de uma<br />

perspectiva ocidental. A alteridade construída e a alteridade do real, tudo é percebido<br />

por meio de c<strong>ate</strong>gorias adquiridas pela cultura do meio pertencente. Ou seja, há uma<br />

dupla consciência, racional e irracional, da imagem que ultrapassa a significação,<br />

caminhando para o desejo, agencia da figura. Gell (1998:50) completa essa ideia ao<br />

dizer que agencia em objetos artísticos conecta seres e mundos, e isso que proporciona<br />

fascínio e poder magico em nós. Nesse contexto o artista surge como um intermediário<br />

e não como um criador da arte, um instrumento facilitador da produção, a ferramenta<br />

que possibilita “fazer o que não existe do que existe do que não existe” (Gell, 2005, p.<br />

54).<br />

Segundo Gell (2005: 42) há uma atitude etnocêntrica que oblitera a visão do<br />

ocidente sobre as artes dos demais povos. Mesmo a Antropologia Social, segundo o<br />

autor, seria uma Antropologia antiarte que não se debruça a analisar as artes das outras<br />

populações. Esse seria um meio de garantir a supremacia da Arte universal, ou seja, da<br />

Arte Europeia. O autor propõe ainda que a Antropologia da Arte adote uma ruptura<br />

radical em relação à estética, pois a estética atribuiria um status semi-religioso à arte.<br />

Boas (1927) e Gell (2005) consideram que a capacidade técnica é um dos<br />

elementos indispensáveis à arte universal. Em qualquer que seja a civilização, os<br />

objetos, para serem admirados e cultuados, carregam em si padrões estéticos que<br />

resultam de técnicas dominadas por poucos e que provocariam uma espécie de “desafio<br />

cognitivo” em seus espectadores. Boas refere-se ao domínio técnico e virtuose e Gell ser<br />

refere a esse fator como tecnologia.<br />

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