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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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das crianças. O docente no processo de ensino deve mediar e encorajar a criança a<br />

refletir sobre as questões raciais mediadas pelo uso das tecnologias.<br />

O docente da educação infantil não pode esquecer que ganha lugar de<br />

destaque a inclusão da história e cultura africana e afro-brasileira no currículo da<br />

escolarização básica, entendida como estratégia para a reeducação das relações étnicoraciais.<br />

Subjacente a essa reivindicação, certamente, está a certeza de que a luta por uma<br />

política universalizante (a escola para todos) é imprescindível em uma sociedade<br />

excludente como a brasileira, contudo, ainda insuficiente para a população negra, na<br />

medida em que não inclui medidas reparatórias para compensar os danos históricos a ela<br />

imputados.<br />

Em 2003, após quase uma década de trajetória no Congresso, foi sancionada<br />

a Lei nº 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura<br />

Africana e Afro-Brasileira no Ensino (BRASIL, 2003). Considerando seu conteúdo, esta<br />

lei é um marco histórico na luta antirracista brasileira, pois institui a possibilidade –<br />

inexistente, oficialmente, no país, salvo experiências isoladas – de um trabalho<br />

educativo que reconheça e valorize a diferença e a diversidade étnico-racial.<br />

Pautando-se pelos desafios no cumprimento da referida lei, o Movimento<br />

Negro apontou a necessidade de diretrizes orientadoras acerca de princípios, indicações<br />

e normas, tendo em vista sua implementação. Nesse sentido, em 2004, foram instituídas<br />

as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para<br />

o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (DCN ERER), por meio da<br />

Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) Nº 01/2004 (BRASIL, 2004b),<br />

antecedida pelo Parecer do CNE Nº 03/04 (BRASIL, 2004a) que o fundamenta, cuja<br />

relatoria coube à pesquisadora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, autora de várias<br />

produções sobre temáticas que articulam educação e relações étnico-raciais.<br />

Não obstante a publicação dessas orientações há mais de uma década, assim<br />

como a produção de uma vasta literatura e m<strong>ate</strong>riais didáticos para o tratamento da<br />

temática, sua implementação na realidade escolar segue sendo desafiadora, sobretudo<br />

em se considerando os vários aspectos a serem enfrentados pelo/as docentes no<br />

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