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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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Sabemos que na etapa da vida referente à Educação Infantil, em função da<br />

inicial dependência motora e afetiva do ser humano e da sua gradativa possibilidade de<br />

autonomia, é fundamental que o processo educativo favoreça a apropriação de<br />

conhecimento, valores, procedimentos e atitudes ao mesmo tempo em que promove o<br />

bem-estar da criança, por meio do <strong>ate</strong>ndimento às suas necessidades básicas e<br />

relacionais, em um clima de afetividade e ludicidade.<br />

Assim, o trabalho docente na perspectiva da pedagogia antirracista requer o<br />

desenvolvimento de experiências de aprendizagem nas quais as crianças vejam e<br />

pensem nas diferenças como algo inerente à humanidade, que ao invés de depauperá-la,<br />

enriquece-a. Trabalho, este, em consonância com o enfoque da educação e do cuidado,<br />

como bem explica Faria e Dias (2007, p.5):<br />

A concepção de cuidado/educação adotada nos últimos anos na Educação<br />

Infantil se apóia no reconhecimento de que para a criança tornar-se cada vez<br />

mais sujeito humano, aprendendo e desenvolvendo-se, é necessário que, no<br />

seu processo de formação, a pessoa que trabalha com ela atue nas duas<br />

direções.<br />

Trata-se, portanto, de um trabalho que contribua para lidar com concepções<br />

e práticas baseadas em preconceitos, estereótipos e discriminação, como também para<br />

fornecer elementos positivos que apoiem as crianças negras na<br />

construção/fortalecimento de sua identidade racial de modo positivo. Nesse ponto, vale<br />

acrescentar o que as DCN ERER sinalizam sobre essa questão:<br />

É importante tomar conhecimento da complexidade que envolve o processo<br />

de construção da identidade negra em nosso país. Processo esse, marcado por<br />

uma sociedade que, para discriminar os negros, utiliza-se tanto da<br />

desvalorização da cultura de matriz africana como dos aspectos físicos<br />

herdados pelos descendentes de africanos (BRASIL, 2004a, p. 7).<br />

Nessa perspectiva, se reconhecer como negro/a nesse país é um processo<br />

que não pode prescindir de um processo de (re)educação das relações étnico-raciais. É<br />

um processo que demanda um (re)conhecimento de nossas raízes africanas e de todo o<br />

legado histórico-cultural do povo negro, tanto na África quanto da diáspora, além da<br />

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