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trabalho explorada no Brasil, e de europeus para explorar os recursos naturais e os
nativos do Brasil, sobretudo do Maranhão.
O antropólogo deve fazer a interlocução entre a metrópole, a colônia e os
povos que as regem, pois são eles que estabelecem os fluxos econômicos e
fazem o sistema mundo funcionar. (MARCUS, 2001)
Uma vez que estamos trabalhando com a teoria da Dádiva de Marcel Mauss,
temos que, esta é uma obra de direito e economia que se refere a trocas econômicas nãomonetárias
que se dão entre pessoas de uma comunidade, que deriva de comum e
explicita que estas pessoas, membros sociais possuem algo em comum, pois estão
abaixo das mesmas normas e regras sociais.
No Ensaio sobre a Dádiva, Mauss parte do princípio de que o presente
recebido deve ser retribuído, na troca, um centão jurídico ou uma regra jurídica muito
conhecida, se coloca no centro e é o que rege essas trocas, os que se dão presentes são
amigos, retribuir presentes por presentes, convém misturar tua alma à dele e trocar
presentes, o avarento sempre teme os presentes, um presente dado espera um presente
de volta, essas são as regras da troca de presentes ditas por Mauss, o que não passa de
uma regra jurídica, das regras de um contrato interpessoal, o contrato possui todo um
padrão jurídico mediante a lei, que são regras mesmo do direito, o que desmistifica o
fato de que a teoria da reciprocidade seria algo romântico baseada em trocas simbólicas,
ou seja, no sentido de que o simbólico seja o que está no campo dos símbolos, das
relações abstratas da vida social, que envolvem além da obrigação e das regras, os
sentimentos.
E que esses valores humanos não estão abaixo do valor das coisas materiais,
analisando trocas em sociedades arcaicas, Mauss percebe que a lógica econômica dos
dias atuais é derivada dessas trocas anteriores no tempo, mas que concorrem umas com
as outras, o campo do simbolismo não é menos importante que o campo material,
porque o que rege os vínculos e contratos dos dias atuais é baseado justamente em
princípios éticos e simbólicos derivados da moral, como quando se faz uma aliança ou
um contrato. O próprio Mauss afirma que essa é uma antiquíssima forma de direito e de
1802