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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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sua manifestação mais típica, é o poder de nominação constituinte, que ao nomear, faz<br />

existir. Desse modo, “o poder simbólico é um poder de fazer coisas com palavras”.<br />

(BOURDIEU, 2004). Ao dar nome em todos os espaços que ocupavam os europeus<br />

criaram simbolicamente o Brasil.<br />

Conforme Galeano (2010), os povos indígenas participaram desse processo<br />

como “vítimas, de uma ordem econômico-social em que desempenham o duro papel de<br />

os mais explorados entre os explorados”. Vale ressaltar que, o impacto da conquista e da<br />

colonização, disseminado através da política de integração a sociedade colonial resultou<br />

em extinção de centenas de etnias indígenas. Para aqueles que resistiam ao processo<br />

civilizador, os europeus respondiam com a “guerra justa e o genocídio, a sujeição se<br />

instaurava, e o etnocídio como sistema de integração à civilização”. (ARRUDA s/d.).<br />

As chamadas guerras justas eram realizadas pelo Estado com justificativas legais.<br />

Foram desenvolvidas por teólogos conhecidos como santos padres ou doutores<br />

canonistas. De acordo com Carvalho (2010), “Santo Ambrozío classificava a força e a<br />

capacidade de fazer a guerra justa como grandes virtudes cristãs”. Importa aqui<br />

destacar, que os europeus apoiaram-se nesta teoria, para justificar o seu processo de<br />

dominação no Brasil. Ainda, segundo o mesmo autor, a teoria da guerra justa vai se<br />

justificar como necessária, benéfica e um serviço prestado a Deus. Esta teoria<br />

instrumentalizou o Estado português para agir na conquista de territórios em todo o<br />

Brasil e se aplicou com todo o rigor contra os índios.<br />

Os povos indígenas que viviam no Brasil, na época da invasão eram em<br />

torno de “02 a 04 milhões de habitantes, no século XVI”, (ALMEIDA, 2010). Eram<br />

povos extremamente diversificados. Essa diferença cultural mostra, “que as sociedades<br />

indígenas são portadoras de tradições culturais específicas”, (COELHO, 2003).<br />

De acordo com as pesquisas de Tirapeli (2010, p. 11), o número de<br />

habitantes que viviam no Brasil na época da invasão era entre “01 a 10 milhões de<br />

indivíduos”. Contudo, nesse trabalho, não pretendo analisar, o controvertido número de<br />

índios antes e pós-contato com os europeus. Importa assinalar, sobre a diversidade de<br />

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