28.02.2018 Views

II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Coelho (2009) destaca os princípios das novas políticas indigenistas, que no<br />

discurso, presente nos textos da legislação brasileira, valoriza a especificidade e a<br />

diferenciação dos índios, mas, por outro lado, a educação escolar indígena está inserida<br />

no sistema nacional de educação que possui parâmetro próprio. A autora desenvolve o<br />

seu discurso, em torno da questão: como é possível ter respeito à diversidade se os<br />

povos indígenas estão sujeitos a uma educação básica comum?<br />

De acordo com a perspectiva teórica das autoras Cunha (2016), Cohn<br />

(2016), Coelho (2009), compreendo que, no decorrer da história do Brasil, não houve a<br />

implementação de políticas públicas condizentes com a necessidade concreta dos índios.<br />

A relação dos líderes do governo, desde o período do Brasil colônia aos dias atuais,<br />

sempre esteve atrelada a uma lógica de exclusão ou integração, em decorrência de uma<br />

política de assimilação e assistencialismo, mas, preocupada com o desenvolvimento<br />

econômico do Estado. Nesse sentido:<br />

Na lógica da hegemonia, os agentes do Estado são pensados como estando o<br />

serviço não do universal e do bem público como eles pretendem, mas dos<br />

dominantes economicamente e dos dominantes simbolicamente, e ao mesmo<br />

tempo a seu próprio serviço, ou seja, os agentes do Estado servem os<br />

dominantes econômica e simbolicamente e, servindo, se servem.<br />

(BOURDIEU, 2014, p. 35).<br />

As políticas indigenistas no Brasil são expressões contraditórias da realidade<br />

dos índios. Existem e são pensadas dentro do campo político, social e econômico.<br />

Conforme adverte Boneti (2011), as políticas públicas não se resumem em<br />

uma ação do Estado em termos de investimento social, mas, antes de tudo, em conjuntos<br />

de ações que buscam construir um futuro. Cabe ressaltar aqui, que a noção<br />

compreendida de Estado, como gestor das políticas públicas para os povos indígenas, é<br />

que ele, é um dos “princípios ocultos, invisíveis para designar uma espécie de deus<br />

absconditus da ordem social, e ao mesmo tempo da dominação”. (BOURDIEU, 2014). É<br />

um princípio de ordem pública, compreendido não só em seu aspecto físico, mas<br />

também em suas formas simbólicas. O “Estado tal como via de regras o<br />

409

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!