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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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interpretação política e identitária. Trata-se, portanto, de relações construídas<br />

no processo histórico, social, político, econômico e cultural (GOMES, 2010,<br />

p.22).<br />

No ano de 2003, foi lançada a Lei nº 10.639/03 que inseriu a<br />

obrigatoriedade do ensino sobre a História e a Cultura Afro-brasileira nas instituições de<br />

Ensino Fundamental e Médio tanto de origem pública quanto privada, que de acordo<br />

com esta lei deve ser inserida em todo o currículo escolas, sobretudo nas áreas de<br />

História, Educação Artística e Literatura (BRASIL, 2003).<br />

Contudo, destacamos que a referida lei não se aplicava a priori na Educação<br />

infantil. De acordo com Freitas (2017, p.5) somente após diversas discussões é que a lei<br />

foi inserida nessa etapa de ensino por meio da Resolução CNE/CP nº 01/2004 e pelo<br />

Plano Nacional de implementação das Diretrizes de 2009, uma vez que:<br />

A Lei 10639 e, posteriormente, a Lei 11645, que dá a mesma orientação<br />

quanto à temática indígena, não são apenas instrumentos de orientação para o<br />

comb<strong>ate</strong> à discriminação. São também Leis afirmativas, no sentido de que<br />

reconhecem a escola como lugar da formação de cidadãos e afirmam a<br />

relevância de a escola promover a necessária valorização das matrizes<br />

culturais que fizeram do Brasil o país rico, múltiplo e plural que somos<br />

(BRASIL, 2009, p.05).<br />

Diante do exposto, observamos que essa temática tanto na Educação Infantil<br />

quanto nas demais etapas e modalidades educacionais é uma discussão recente, além<br />

disso, Rosemberg (2012) em suas pesquisas destaca a invisibilidade da criança negra<br />

nas pesquisas, sobretudo das crianças entre a idade de 0 a 3 anos que frequentam as<br />

creches.<br />

Em sua pesquisa Silva (2010, p. 92) afirma que no Brasil não existe uma<br />

discussão séria sobre a questão do racismo no ambiente escolar, assunto este que ao<br />

longo dos anos vem sendo abordado pelos grupos do movimento negro brasileiro como<br />

um dos fatores que mais colaboram para que a (re) produção dessa prática continue<br />

interferindo na trajetória escolar de milhares de estudantes negros e negras,<br />

considerando que mesmo após a “libertação” dos escravos, a população negra continuou<br />

(e continua) sendo marginalizada conforme sinaliza Gouvêa (2000):<br />

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